Aquecendo os motores para o Oscar 2021, que ocorre em 25 de abril, o Mulher no Cinema publica, diariamente, breves perfis de todas as profissionais indicadas em cada uma das categorias.
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Já falamos sobre os prêmios de melhor filme, direção, atriz, atriz coadjuvante, roteiro adaptado, roteiro original, filme internacional, documentário, animação, montagem, design de produção, figurino, cabelo e maquiagem e som. A categoria da vez é efeitos visuais, na qual há apenas uma mulher entre os 20 profissionais indicados: a australiana Genevieve Camilleri, reconhecida pelo trabalho em Amor e Monstros.
Camilleri se formou em Artes Digitais e Multimídias e fez pós-graduação em Cinema e Televisão, já se especializando em efeitos visuais. Começou sua carreira em Melbourne, na Austrália, como estagiária do estúdio Complete Post, no qual trabalhou com cinema e publicidade. Mais tarde, mudou-se para o Canadá para integrar a equipe do Industrial Light and Magic, em Vancouver. Hoje, trabalha em Sidney.
Em Amor e Monstros, Camilleri atuou como supervisora de efeitos visuais (ela divide a primeira indicação ao Oscar com Matt Sloan, Matt Everitt e Brian Cox). Dirigido por Michael Matthews, o filme conta a história de Joel, jovem que sobrevive a um apocalipse de monstros e decide sair em busca da ex-namorada. Em entrevista à edição australiana da revista Vogue, Camilleri falou sobre o visual das criaturas do filme:
“Elas tinham que ser nojentas. Nos baseamos em criaturas reais – como caracóis, caranguejos e centopéias – e adicionamos coisas nojentas, para mostrar que sobreviveram ao apocalipse, mas sofreram mutações. E era preciso achar um equilíbrio: elas tinham de ser assustadoras, mas também ter certa inocência.”
Camilleri é apenas a quarta mulher a ser indicada ao Oscar de efeitos visuais. Duas delas venceram: Suzanne M. Benson, por Aliens: O Resgate (1986); e Sara Bennett, por Ex Machina: Instinto Artificial (2014). A outra indicada foi Pamela Easley, por Risco Total (1993).
Na entrevista à revista Vogue, a australiana falou sobre quais passos poderiam ser tomados para aumentar a presença das mulheres na área de efeitos visuais:
“Eu nem sabia que essa carreira existia quando terminei o Ensino Médio. Então o primeiro passo é espalhar esta informação. O segundo passo é tentar manter as mulheres trabalhando. A indústria precisa mudar um pouco para permitir que as mulheres possam ser mães, mas também possam seguir em frente com sua paixão e seu talento. Acredito ser preciso mudar a rotina diária, e a pandemia mostrou que isso é possível. Antes da Covid, não se cogitava trabalhar de casa. Mas aí a Covid aconteceu, praticamente todos os estúdios tiveram de optar pelo trabalho remoto – e deu certo. E continua dando certo. É só uma questão de mudar a mentalidade.”
Outros trabalhos de Genevieve Camilleri incluem Depois da Terra (2013), Mad Max: Estrada da Fúria (2015), Star Wars: O Despertar da Força (2015) e Capitão América: Guerra Civil (2016). Seus próximos projetos são Top Gun: Maverick, previsto para 2021, e Blaze, atualmente em pré-produção.
Luísa Pécora é jornalista e criadora do Mulher no Cinema – foto: Reprodução
* O Mulher no Cinema publica perfis de todas as mulheres indicadas ao Oscar 2021 até 23/4. A cada dia é publicado um texto sobre uma categoria diferente. Acompanhe a série completa aqui.
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