Em 1970, após lançar o álbum New York Tendaberry, a cantora americana Laura Nyro (1947-1997) falou à revista Down Beat sobre a inusitada palavra que criara: "Tendaberry é uma essência. Não é morte, é nascimento. E é muito terno, muito frágil, muito forte, muito verdadeiro. É um disco muito sensorial, é todo sentimento. Ele entra em você, talvez pela parte
entrevistas
Yasmin Thayná sobre ‘Virgínia e Adelaide’: “Alegria também é forma de conversar”
Yasmin Thayná era criança quando a série Cidade dos Homens começou a ser exibida pela Rede Globo, em outubro de 2002. Como não podia esperar acordada pelo programa, que ia ao ar por volta das 23h, seu pai lhe dava uma força: gravava todos os episódios em fitas VHS, que a filha assistia depois. Ao longo dos anos, Yasmin citou aquelas
Dulmaa Purev-Ochir: “Não existe imagem coletiva da Mongólia moderna”
Lkhagvadulam Purev-Ochir, também conhecida como Dulmaa Purev-Ochir, é uma jovem diretora e roteirista da Mongólia que tem chamado a atenção nos festivais internacionais. Seu primeiro curta, Mountain Cat (2020), foi exibido em Cannes; o segundo, Snow in September (2022), foi premiado em Veneza e Toronto; e o longa-metragem de estreia, City of Wind (2024), recebeu o troféu de melhor ator
Elizabeth Sankey: “As bruxas reaparecem quando precisamos delas”
Uma forma de tentar definir Bruxas, documentário que estreia nesta sexta-feira (22) na MUBI, seria dizer que ele reúne três filmes em um. Trata-se, ao mesmo tempo, de um ensaio sobre a representação das bruxas no cinema e na cultura pop; de uma investigação sobre o impacto dos julgamentos de bruxaria do século 16 e 17 na sociedade contemporânea; e
“A gente sente tudo junto”: uma conversa com as atrizes de “Malu”
Parece apropriado que o júri do Festival do Rio tenha decidido premiar todas as três atrizes de Malu, filme que estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas. Celebrar apenas a protagonista, Yara de Novaes, ou escolher uma entre as duas coadjuvantes, Carol Duarte e Juliana Carneiro da Cunha, seria como individualizar um trabalho claramente coletivo, e ignorar que é na relação
Susanna Lira: “Fernanda Young está cada vez mais contemporânea”
Nos últimos anos, Susanna Lira tem se dedicado a extrapolar alguns dos caminhos que seguiu ao longo da carreira. Conhecida por filmes centrados em mulheres - de Positivas (2010) a Torre das Donzelas (2018) -, decidiu dirigir cinebiografias sobre o humorista Mussum (1941-1994) e os jogadores Adriano e Walter Casagrande. Experiente no documentário, lançou-se na ficção com as séries Não
Linga Acácio e a fotografia além do olhar: “A gente fotografa com o corpo todo”
É possível apresentar a carreira da diretora de fotografia e artista visual Linga Acácio a partir das instituições de renome nacional e internacional que permeiam seu currículo. Destacar, por exemplo, que Linga formou-se em Comunicação Social pela Universidade de Fortaleza, fez mestrado em Artes na Universidade Federal do Ceará, foi artista residente do Museu de Arte Moderna do Rio de
Ursula Meier: “Meus filmes começam com um personagem e uma topografia”
Múltiplos elos ligam os filmes da diretora e roteirista Ursula Meier, homenageada desta edição do Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo, que ocorre de 5 a 12 de junho no CineSesc, em São Paulo (SP). As obras da cineasta, que virá ao Brasil para o festival, frequentemente exploram a complexidade e o frágil equilíbrio das relações familiares, evitando a representação idealizada
Marcélia Cartaxo celebra relançamento e atualidade de “A Hora da Estrela”
Quase quatro décadas se passaram desde que Marcélia Cartaxo, então com 19 anos, estreou no cinema como Macabéa, a inesquecível personagem criada por Clarice Lispector e levada às telas por Suzana Amaral. Agora aos 60, e vivendo um dos grandes momentos da carreira, Cartaxo assiste ao relançamento de A Hora da Estrela (1985), que volta às salas nesta quinta-feira (16)
Carol Duarte: “Para mim, cinema ainda tem muito mistério e descoberta”
Quando chegou ao set de La Chimera, filme da italiana Alice Rohrwacher que estreia nesta quinta-feira (25), a atriz Carol Duarte tinha A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, como sua única outra experiência profissional no cinema. Os projetos têm algumas semelhanças: ambos têm a francesa Hélène Louvart na direção de fotografia, ambos são coproduções internacionais (Brasil e Alemanha em um