A cineasta brasileira Nara Normande exibirá seu primeiro longa-metragem, Sem Coração, na edição deste ano do Festival de Veneza, que ocorre de 30 de agosto a 9 de setembro. O filme, que Normande dirigiu e escreveu em parceria com Tião, fará sua estreia mundial na mostra Horizontes.
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Sem Coração é uma coprodução entre Brasil, França e Itália que foi rodada e é ambientada no litoral de Alagoas. A história é centrada na jovem Tamara, que, durante o verão de 1996, se prepara para deixar a vila pesqueira onde mora e ir estudar em Brasília. Um dia, ouve falar de uma adolescente que, por causa de uma cicatriz no peito, foi apelidada de “Sem Coração”. Com o tempo, Tamara se sente cada vez mais atraída por esta garota misteriosa.
Normande é alagoana e nasceu em 1986. Seu filme mais conhecido é Guaxuma (2018), pelo qual ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília e o de melhor curta de animação no South by SouthWest.
Sem Coração é protagonizado pelas atrizes Maya de Vicq e Eduarda Samara e tem no time de produtores a dupla Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça Filho, conhecida por O Som ao Redor (2012) e Bacurau (2019).
A competição principal do Festival de Veneza selecionou 23 filmes, sendo apenas cinco deles dirigidos por mulheres. São eles The Green Border, da polonesa Agnieszka Holland; Holly, da belga Fien Troch; Origin, da americana Ava DuVernay; Priscilla, da também americana Sofia Coppola; e Woman Of, parceria da polonesa Malgorzata Szumowska com Michal Englert.
A presença de diretoras na disputa pelo Leão de Ouro deste ano é a mesma de 2022 e 2021, e está abaixo da registrada em 2020, quando oito cineastas competiram.
Filmes dirigidos por mulheres venceram as três últimas edições do Festival de Veneza. Em 2022, o vencedor foi All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras; em 2021, O Acontecimento, de Audrey Diwan; e em 2020, Nomadland, de Chloé Zhao. Os outros filmes dirigidos por mulheres que ganharam o Leão de Ouro foram Os Anos de Chumbo, de Margarethe von Trotta (em 1981); Os Renegados, de Agnès Varda (1985); Um Casamento à Indiana, de Mira Nair (2001); e Um Lugar Qualquer, de Sofia Coppola, em 2010.