Mulheres que trabalham como diretoras na França recebem, em média, 42,3% menos do que os homens na mesma profissão. A informação é de um estudo publicado neste mês pelo Centro Nacional do Cinema e da Imagem em Movimento (CNC), órgão público que regula o cinema do país.
A pesquisa avaliou a produção francesa entre 2006 e 2015 e apontou que a diferença salarial varia de acordo com o cargo. Em quase todas as funções, profissionais femininas estão em desvantagem. Mas há exceções, como a área de supervisão de roteiro, em que as mulheres são maioria e ganham em média 9,3% a mais do que os homens.
O estudo também mostrou que o orçamento médio dos filmes dirigidos por mulheres é de 3,5 milhões de euros (R$ 11,8 milhões), contra 4,7 milhões de euros (R$ 15,7 milhões) no caso dos homens. Mas essa diferença tende a cair: nos últimos dez anos, os orçamentos dos filmes dirigidos por mulheres têm crescido e os dos homens, diminuído.
Outros dados importantes:
- 21% dos filmes aprovados pelo CNC em 2015 foram dirigidos por mulheres; essa porcentagem era de 17,2% em 2006.
- 415 mulheres dirigiram filmes entre 2006 e 2015, sendo que 27,5% delas lançou mais de um título. A proporção é próxima à registrada no caso dos homens, de 30%.
- Entre 2011 e 2015, 22,3% dos filmes franceses lançados nos cinemas foram realizados ou correalizados por mulheres. A porcentagem cai para 19,7% nos filmes alemães, 11,6% nos espanhóis, 11,5% nos britânicos e 10,2% nos italianos.
- Mulheres representam 43,7% dos profissionais que trabalharam na indústria cinematográfica da França em 2014. No entanto, essa presença varia bastante de acordo com a função: mulheres são maioria entre os supervisores de roteiro (96%), figurinistas (88,4%) e cabeleireiros (74%); mas são apenas 5,5% dos contrarregras, 4,4% dos grips (técnicos responsáveis pela movimentação de equipamentos) e 4,3% dos gaffers (chefes da parte elétrica).
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