Mulheres dirigiram quatro dos 22 filmes que disputarão a Palma de Ouro na 77ª edição do Festival de Cannes. Trata-se de uma proporção de 18,1%, abaixo da registrada nos dois últimos anos, quando obras dirigidas por mulheres representaram 33% e 23,8% dos títulos em competição, respectivamente.
É possível, porém, que a proporção desse ano se altere, caso novos filmes sejam anunciados para a competição. No momento, os quatro longas dirigidos por mulheres na disputa são All We Imagine as Light, da indiana Payal Kapadia [foto]; Bird, da inglesa Andrea Arnold; Wild Diamond, o primeiro longa-metragem da francesa Agathe Riedinger; e The Substance, da também francesa Coralie Fargeat.
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Arnold é uma veterana de Cannes, e já ganhou oPrêmio do Júri três vezes, por Marcas da Vida (2006), Aquário (2009) e Docinho da América (2016); Kapadia está na competição pela primeira vez, mas venceu o troféu de melhor documentário do festival de 2021 por Uma Noite sem Saber Nada; Fargeat é conhecida pelo longa Vingança (2017); e Riedinger disputará a Palma de Ouro com seu primeiro longa-metragem.
O Brasil estará representado na competição com Motel Destino, do diretor Karim Aïnouz.
Histórico
Em 2023, Cannes teve sete filmes dirigidos por mulheres na disputa pela Palma de Ouro – um recorde para o festival. Em 2022, foram cinco, e antes disso, nunca mais do que quatro.
Até agora, apenas três filmes dirigidos por mulheres foram premiados com a Palma de Ouro: O Piano, de Jane Campion, em 1993; Titane, de Julia Ducournau, em 2021; e Anatomia de uma Queda, de Justine Triet, em 2023. Além disso, apenas duas mulheres venceram o prêmio de direção: Yuliya Solntseva por A Epopéia dos Anos de Fogo (1961), e Sofia Coppola por O Estranho que Nós Amamos (2017).
A edição deste ano do Festival de Cannes será realizada de 14 a 25 de maio, e terá a atriz, roteirista e diretora americana Greta Gerwig na presidência do júri. É a primeira vez que uma mulher ocupa o posto desde 2018.
Este texto foi atualizado em 22 de abril de 2024.