20 diretoras para conhecer o cinema da Coreia do Sul

A histórica vitória de Parasita no Oscar deixou muita gente com vontade de assistir a mais filmes sul-coreanos. O cinema do país vem sendo celebrado nos festivais internacionais há anos, mas os nomes mais conhecidos são de cineastas homens, como Bong Joon-ho, Park Chan-wook, Hong Sang-soo, Lee Chang-dong e Kim Ki-duk.

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O momento também é propício, portanto, para descobrir as diretoras sul-coreanas. Abaixo, o Mulher no Cinema reúne 20 das cineastas que se destacaram no país. Confirma:


Park Nam-ok (1923-2017)
Lançado em 1955, The Widow (Mimangin) fez de Park Nam-ok a primeira mulher a dirigir um filme na Coreia do Sul. Ao abordar as dificuldades e preconceitos enfrentados por mulheres que perderam seus maridos na Guerra da Coreia (1950-1953), o longa causou polêmica e não fez sucesso comercial. Depois disso, Park Nam-ok não voltou a dirigir. Em 1997, o filme abriu o Festival Internacional de Cinema de Mulheres de Seul.


Hong Eun-won (1922-1999)
Começou a trabalhar no cinema nos anos 1940, inicialmente como continuísta e depois como assistente de direção e roteirista. Estreou na direção em 1962 com A Woman Judge (Yeopansa), filme sobre uma mulher que trabalha como juíza e tenta conciliar a vida profissional e familiar. Dirigiu, também, The Single Mom (1964) e What Misunderstanding Left Behind (1966).


Choi Eun-hee (1926-2018)
Uma das mais populares atrizes sul-coreanas nos anos 1960, também dirigiu filmes como The Girl Raised as a Future Daughter-in-law (Minmyeoneuri), de 1965, e One-sided Love of Princess (Gongjunim-ui jjaksarang), de 1967. Em 1978, foi sequestrada para fazer filmes na Coreia do Norte junto com o então ex-marido, o diretor Shin Sang-ok. A história é contada em Os Amantes e o Déspota (2016), disponível na Netflix.


Hwang Hye-mi
Nascida em 1932, se formou em Literatura Francesa em Seul e posteriormente estudou na Universidade de Sorbonne, em Paris. De volta à Coreia do Sul, começou a carreira no cinema abrindo a produtora Bohan. Estreou na direção com First Experience (Cheosgyeongheom1970), que também escreveu e produziu. Seus outros trabalhos como diretora são When Flowers Sadly Fade away (1971) e Relationship (1972).


Yim Soon-rye
Nascida em 1961, estreou no longa com Three Friends (Sechinku, 1996), sobre jovens tentando entrar na universidade. Tem outros sete longas no currículo, incluindo The Waikiki Brothers (Waikiki beuladeoseu, 2001), sobre a turnê de uma banda cover, e o sucesso de bilheteria Forever the Moment (Uri saengae choego-ui sungan, 2008), inspirado no time feminino de handebol da Coreia, que ganhou medalha em Atenas.


Lee Jeong-hyang
Diretora e roteirista nascida em 1964, estreou na direção com Art Museum by the Zoo (Misulgwan yup dongmulwon, 1998). Com Caminho para Casa (Jibeuro, 2002), ganhou menção honrosa no Festival de San Sebastián. Sucesso de bilheteria na Coreia, o filme narra a relação de um menino criado na cidade que vai morar com a avó em um pequeno vilarejo. Ela também diretora de A Reason to Live (O-neul, 2011).


Eun jin-Pang
Nasceu em 1965 e começou como atriz, atuando, por exemplo, em 301, 302 (1995), de Park Chul-soo, e Endereço Desconhecido (2001), de Kim Ki-duk. Em 2005 estreou no roteiro e na direção com Princesa Aurora, que acompanha a investigação de misteriosos assassinatos cometidos pela mesma pessoa. Também dirigiu Perfect Number (Yong-eui-ja X, 2012), Way Back Home (Jibeuro ganeun gil, 2013) e Método (2017).


Byun Young-joo
Cofundadora do coletivo de cinema feminista Bariteo, nasceu em 1966 e aborda direitos das mulheres em muitos de seus filmes. Dirigiu The Murmuring (Najeun moksori, 1995), Habitual Sadness (Najeun moksori 2, 1997) e My Own Breathing (Najeun moksori 3, 1999), trilogia documental sobre mulheres forçadas a serem escravas sexuais no Japão durante a Segunda Guerra. Na ficção, destaque para Helpless (Hoa-cha, 2012).


Cho Sung-hyung
Nasceu em Busan em 1966 e nos anos 1990 mudou-se para a Alemanha, onde começou a trabalhar como montadora e diretora de documentários como Full Metal Village (2006). Ela retratou a vida de norte-coreanos na Alemanha em Verliebt, verlobt, verloren (2015), e foi para a Coreia do Norte filmar My Brothers and Sisters in the North (2016). Para entrar no país, teve de renunciar à cidadania sul-coreana e passar a usar a alemã.


Shin Su-won
Nasceu em 1967 e abandonou a carreira de professora do Ensino Fundamental, que exerceu durante dez anos, para ser cineasta. Estreou com Passerby #3 (Reinbou, 2010), inspirado em sua experiência como uma mulher de 30 e poucos anos tentando trabalhar no cinema. Também dirigiu Pluto (Myeong-wang-song, 2012), Madonna (2015), exibido na mostra Um Certo Olhar de Cannes, e Glass Garden (Yoorijungwon, 2017).


Park Chan-ok
Nascida em 1968, foi assistente dos diretores Jung Ji-woo e Hong Sang-soo e começou a circular por festivais nos anos 1990 com seus curtas. Com seu primeiro longa, Jealousy Is My Middle Name (Jil-too-neun na-euh heem, 2002), sobre um jovem que começa a trabalhar com o editor que conquistou sua namorada, ganhou o Prêmio Tiger no Festival de Roterdã. Seu filme mais recente é Paju (2009).


So Yong Kim
Nasceu na Coreia do Sul em 1968 e aos 12 anos foi viver com a mãe nos Estados Unidos. Recebeu o prêmio especial do júri em Sundance com seu primeiro longa, In Between Days, que se inspira em sua própria vida ao contar a história de uma jovem imigrante coreana. Outros longas incluem For Ellen (2012) e Lovesong (2014), disponível na Netflix. Também dirigiu vários episódios de séries.


Jeong Jae-eun
A diretora nascida em 1969 estreou no longa com Take Care of My Cat (Go-yang-i-leul boo-tak-hae, 2001), filme sobre a amizade de quatro jovens mulheres. Fez mais dois longas de ficção, The Agressives (Taepungtaeyang, 2005) e Butterfly Sleep (Chô no yô ni nemuru, 2017), e documentários como Talking Architect (Mal-ha-neun geon-chug-ga, 2012) e Ecology in Concrete (Apateu Saengtaegye, 2017).


Boo Ji-young
Formada pela Academia Coreana de Cinema, a diretora nascida em 1971 estreou no longa com Sisters on the Road (Jigeum, idaeroga joayo, 2008), sobre uma menina que viaja com a irmã mais velha para tentar encontrar seu pai. Boo Ji-young participou de vários filmes coletivos e também dirigiu Cart (Ka-teu, 2014), exibido no Festival de Toronto, sobre funcionários de uma grande loja que se unem para lutar por seus direitos.


Gina Kim
A diretora nascida em 1973 teve filmes exibidos nos festivais de Berlin, Veneza e Sundance, entre outros. Seu primeiro longa é Gina Kim’s Video Diary (Kim Gina-eui bidio ilgi, 2002), no qual registrou sua mudança para os Estados Unidos. Tem mais quatro longas, vários deles coproduções Coreia/EUA: Invisible Light (2003), Never Forever (2003), Faces of Seoul (2009) e Final Recipe (2013).


Lee Kyoung-mi
Nascida em 1973, estudou cinema, dirigiu vários curtas e trabalhou como assistente de direção de Park Chan-wook em Lady Vingança (2005). O diretor produziu o primeiro longa dela, Crush and Blush (Misseu Hongdangmu, 2008), sobre as dificuldades de uma professora impopular na escola. Lee Kyoung-mi também dirigiu The Truth Beneath (Bi-mil-eun eobs-da, 2016) e um episódio da série da Netflix Persona (2019).


Roh Deok
Formada em cinema pelo Instituto de Artes de Seul, nasceu em 1980 e começou a dirigir curtas em 2005. Estreou na direção de longa-metragem com Very Ordinary People (Yeonaeui wondo, 2013), que acompanha as idas e vindas de um jovem casal, e que recebeu o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Xangai. Também dirigiu Reportagem Exclusiva, de 2015.


July Jung
Nasceu em 1980 e começou a dirigir curtas em 2000. Estudando na Universidade Nacional de Artes da Coreia, teve aulas com Lee Chang-Dong, que depois seria produtor de seu primeiro longa, Uma Garota à Porta (2014). Exibido na mostra Um Certo Olhar de Cannes, o filme conta a história de uma policial que é transferida para um vilarejo e conhece uma jovem que sofre abusos em sua casa.


Yoon Ga-eun
A cineasta nascida em 1982 frequentemente fala sobre jovens e crianças em seus filmes. Com Sprout (Kong-na-mul, 2013), a história de uma menina que se perde em seu bairro, ganhou o prêmio de melhor curta da mostra Generation Kplus do Festival de Berlim. Seu primeiro longa, The House of Us (Woorijb, 2015), também foi exibido em Berlim e narra o amadurecimento de três garotas durante as férias de verão.


Jeong Ga-young
Nascida em 1990, costuma trabalhar em seus filmes também como atriz. É o caso do longa de estreia, Bitch on the Beach (2016), e de Hit the Night (2017), que recebeu o prêmio Visão (para cineastas independentes) no Festival de Busan. Também exibido em Roterdã, o filme mostra uma jovem que, com a desculpa de estar escrevendo um roteiro, entrevista um homem pelo qual está interessada. Seu longa mais recente é Heart (2019).


Luísa Pécora é jornalista e criadora do Mulher no Cinema

O site do Korean Film Council foi a principal fonte de informações deste texto, incluindo o artigo Korean Women Directors, de Nam In-young

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