Isabelle Carré é o principal motivo para assistir Esperando Acordada, comédia francesa que está em cartaz no Brasil e marca a estreia da diretora Marie Belhomme no longa-metragem.
Carré interpreta Perrine, uma mulher solteira de 30 e poucos anos que leva uma vida solitária. Musicista “quase” profissional, como se descreve nos anúncios em busca de trabalho, ganha a maior parte de seu dinheiro não com aulas e shows, mas, sim, animando festas infantis e reuniões em um lar de idosos.
A caminho de um evento, ela acidentalmente provoca a queda de um homem, que fica desacordado. Perrine liga para o resgate, mas entra em pânico e abandona o local antes de a ambulância chegar.
Quando descobre que o homem está internado e em coma, coloca como missão ajudá-lo a acordar. Assim, visita-o todos os dias e se ocupa de sua vida: alimenta o cachorro, se muda para seu apartamento, assume sua vaga na escola em que dava aulas (de música, claro) e até cuida de seu filho. A motivação de Perrine vai além da culpa: de repente, ela encontra um propósito para viver.
Se a história dá a impressão de que você já viu esse filme, é porque provavelmente já viu mesmo. Esperando Acordada segue à risca a fórmula das comédias românticas, com direito a final previsível (e um tanto apressado). Mas ainda que não inove, Belhomme – também autora do roteiro, ao lado de Michel Leclerc – consegue criar um filme divertido, graças sobretudo ao tom leve e ao talento do elenco.
Carré abusa do charme de garota comum para conquistar o espectador, que não demora a simpatizar com o jeitão perdido, inocente e infantil da personagem. Melhor ainda quando contracena com a ótima Carmen Maura, no papel da diretora do lar de idosos que se torna amiga de Perrine. São elas, sem dúvida, a alma do filme.
Veja o trailer:
“Esperando Acordada”
[Les chaises musicales, França, 2015]
Direção: Marie Belhomme
Elenco: Isabelle Carré, Carmen Maura, Philippe Rebbot.
Duração: 83 minutos