Mulheres dirigiram 35,4% dos candidatos ao Oscar de filme internacional

Mulheres dirigiram 33 dos 93 longas que concorrem a uma indicação ao Oscar de melhor filme internacional, categoria que antes era conhecida como “melhor filme estrangeiro”. O índice de concorrentes dirigidos por mulheres é de 35,4%, de acordo com levantamento feito pelo Mulher no Cinema a partir da lista divulgada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela entrega da estatueta.

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Trata-se do melhor índice desde que o Mulher no Cinema começou a fazer este levantamento, há cinco anos. O recorde anterior era de 30,1%, registrado entre os pré-indicados ao Oscar 2020. Em comparação, entre os filmes que buscavam concorrer na premiação de 2017, apenas 18% eram de diretoras.

O Brasil é um dos países que está representado por um filme dirigido por mulher, buscando sua indicação com Babenco – Alguém Tem de Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz. É forte, aliás, a presença das diretoras da América Latina e do Caribe, já que Argentina, Chile, Costa Rica, Honduras, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela escolheram filmes dirigidos por mulheres como seus candidatos ao Oscar.

Concorrer na categoria de filme internacional é um processo de três fases. Primeiro, cada país escolhe o seu candidato e o pré-indica à Academia. Depois, é divulgada uma lista de semifinalistas, que neste ano, pela primeira vez, terá 15 títulos, e não dez. Por fim, cinco filmes são escolhidos para de fato disputar a estatueta.

Por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), neste ano todo o processo de votação está acontecendo mais tarde do que o normal. Pelo novo cronograma, os semifinalistas serão anunciados em 9 de janeiro e os indicados, em 15 de março. A entrega dos prêmios será em 25 de abril.

Veja os filmes dirigidos por mulheres que concorrem à indicação: 

África do Sul: Toorbos, de René van Rooyen

Alemanha: And Tomorrow the Entire World, de Julia von Heinz

Arábia Saudita: Scales, de Shahad Ameen

Argentina: Los Sonámbulos, de Paula Hernández

Áustria: What We Wanted, de Ulrike Kofler

Bélgica: Working Girls, de Anne Paulicevich e Frédéric Fonteyne

Bósnia e Herzegovina: Quo Vadis, Aida?, de Jasmila Žbanić

Brasil: Babenco – Alguém Tem de Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz

Bulgária: O Pai, de Kristina Grozeva e Petar Valchanov

Cazaquistão: The Crying Steppe, de Marina Kunarova

Chile: Agente Duplo, de Maite Alberdi

Costa Rica: Terra das Cinzas, de Sofía Quirós

Finlândia: Tove, de Zaida Bergroth

Geórgia: Beginning, de Déa Kulumbegashvili

Honduras: Días de Luz, de Gloria Carrión, Enrique Medrano, Enrique Pérez Him, Julio López, Mauro Borges e Sergio Ramírez

Hungria: Preparations to Be Together for an Unknown Period of Time, de Lili Horvát

Islândia: Agnes Joy, de Silja Hauksdóttir

Israel: Asia, de Ruthy Pribar

Japão: Mães de Verdade, de Naomi Kawase

Luxemburgo: River Tales, de Julie Schroell

Mongólia: Veins of the World, de Byambasuren Davaa

Montenegro: Breasts, de Marija Perović

Noruega: Hope, de Maria Sødahl

Peru: Canção sem Nome, de Melina Léon

Polônia: Never Gonna Snow Again, de Małgorzata Szumowska e Michał Englert

Quênia: The Letter, de Maia Lekow e Christopher King

República Dominicana: Mis 500 Locos, de Leticia Tonos

República Tcheca: O Charlatão, de Agnieszka Holland

Suécia: Charter, de Amanda Kernell

Suíça: Minha Irmã, de Stéphanie Chuat e Véronique Reymond

Tunísia: The Man Who Sold His Skin, de Kaouther Ben Hania

Uruguai: Alelí, de Leticia Jorge

Venezuela: Once upon a Time in Venezuela, de Anabel Rodríguez Ríos


Luísa Pécora é jornalista e criadora do Mulher no Cinema

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