“Mulher-Maravilha 1984”: Tudo o que descobrimos sobre o filme na CCXP

Fim da tarde de domingo, auditório lotado. Faltava pouco para começar o último painel da edição deste ano da Comic Con Experience, que reuniu 280 mil pessoas em São Paulo (SP) entre os dias 5 e 8 de dezembro. No palco, um dos organizadores convidava o público a fazer o que parecia impossível: gritar mais alto do que já gritara durante toda a tarde, e todo o fim de semana, conforme as estrelas apareciam e os materiais exclusivos eram exibidos. “Hoje”, disse o organizador, “vamos quebrar nosso recorde de decibéis.”

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Confesso que não procurei saber se de fato o recorde foi quebrado ou se tal medição é mesmo feita. No entanto, ainda me impressiono ao lembrar das reações da plateia durante o painel de Mulher-Maravilha 1984, que recebeu a diretora Patty Jenkins e a atriz Gal Gadot. A convite do Telecine, pude ver de perto a empolgação das milhares de pessoas que estavam no Auditório Cinemark balançando os braços com pulseiras luminosas que imitavam às da heroína. Quando o trailer do novo filme foi exibido (em estreia mundial), a excitação era tanta que quase não dava para ouvir o que os atores falavam. O vídeo mal terminou e Gadot pediu que fosse exibido novamente, para outro delírio do público que gritou como se assistisse às imagens pela primeira vez.

A empolgação vista na CCXP dá pistas sobre o impacto de Mulher-Maravilha, que chegou aos cinemas em 2017 para quebrar um longo jejum de filmes inspirados em quadrinhos com mulheres em frente e por trás das câmeras. Enquanto o auditório fazia coro para saudar a diretora – “Patty! Patty! Patty!” – eu pensava no quão impensável seria aquela cena apenas alguns anos atrás. O cenário de desigualdade continua, mas foi animador ver uma cineasta ser aclamada em um evento dedicado à cultura pop, aos quadrinhos e aos blockbusters.

A CCXP também deixou claro que as expectativas serão altas para a estreia de Mulher-Maravilha 1984, marcada para junho de 2020. Abaixo, o Mulher no Cinema faz um resumão do que Jenkins e Gadot contaram sobre o filme durante o painel na Comic Con Experience e também na entrevista coletiva concedida a jornalistas no Palácio Tangará em São Paulo. Confira:

A história

Como o título indica, o novo Mulher-Maravilha será ambientado em 1984, cerca de 40 anos após o primeiro longa. De acordo com Jenkins, a trama será uma continuação natural da história da personagem: “No final do primeiro filme ela diz que vai lutar pela humanidade, e é isso que estará fazendo no segundo”, afirmou. “Vimos Diana se tornar a Mulher-Maravilha, agora vamos lançá-la no mundo moderno.”

Gadot disse que o novo filme encontrará a personagem bastante solitária e sem amigos. “Ela está fazendo o que tem de fazer, que é salvar o mundo, até que algo muito louco acontece com ela”, definiu a atriz, que desta vez também assumiu o cargo de produtora.

Os anos 1980

Embora o drama esteja presente no novo Mulher-Maravilha, a ambientação nos anos 1980 permitiu um tom menos pesado do que o do primeiro filme, que se passava durante a Primeira Guerra (1914-1918).

Os pôsteres super coloridos e a música eletrônica do trailer já dão pistas do que vêm por aí, mas Gadot destacou também os cabelos, figurinos e cenários. Segundo ela, uma cena em um shopping contou com mais de 200 figurantes que pareciam ter saído dos anos 1980. “Foi como voltar no tempo”, afirmou a atriz. “Há algo de delicioso e elétrico neste filme. Você quer estar lá e viver aquilo.” 

Os efeitos

Tanto a diretora quanto a atriz reforçaram várias vezes que Mulher-Maravilha 1984 tentou usar mais efeitos visuais práticos, sem apostar tanto nos truques digitais. “Filmamos a maior parte das cenas com pessoas de verdade em locações de verdade, em vários lugares do mundo”, disse Gadot.

Até a caracterização da Mulher-Leopardo, personagem de Kristen Wiig, usa o máximo possível de efeitos práticos, perucas e próteses. “Há uma ajuda do computador, mas muita coisa é real”, contou Jenkins.

Trabalhando com Kristen Wiig

Jenkins e Gadot foram só elogios para Wiig, atriz mais conhecida pelos papéis cômicos que representou uma escolha interessante para o papel de Mulher-Leopardo. “Precisávamos de alguém que pudesse passar por todo o espectro: desde ser a amiga doce e divertida de Diana até chegar a um lugar muito diferente”, disse a diretora.

Segundo Gadot, nos intervalos da filmagem ela e Wiig cantavam, dançavam e gravavam vídeos que serão divulgados depois do lançamento do longa. “Foi um trabalho duro e exigente, mas cheio de alegria”, afirmou. Jenkins completou: “Parecia que eu estava fazendo um filme com as minhas melhores amigas.”

Maxwell Lore e Steve Trevor

O trailer de Mulher-Maravilha 1984 mostrou outro vilão além da Mulher-Leopardo: Maxwell Lord, interpretado pelo ator Pedro Pascal. Conhecido personagem dos quadrinhos, Lord é um empresário arrogante que, segundo Jenkins, vai retratar muito o espírito dos anos 1980. “Ele será o rei dos comerciais, que vende um sonho para o público e faz de tudo para ser bem-sucedido.” 

Jenkins também falou sobre a participação do ator Chris Pine, que mais uma vez interpretará Steve Trevor. Sem revelar o que aconteceu para permitir a volta do personagem, ela garantiu que tudo vai fazer sentido e ter grande importância na história. “Não o colocamos ali por colocar”, afirmou.

As armas da Mulher-Maravilha

Uma das principais novidades do novo filme é o fato de a Mulher-Maravilha não carregar armas bastante exploradas no primeiro filme: a espada e o escudo.

“Tínhamos a intenção de abandonar a espada, porque há algo de agressivo nela. E também não sentimos que o escudo era necessário”, afirmou Gadot. “Ela é uma deusa, pode lutar, é super forte e tem a habilidade necessária. Então ela tem os braceletes, o laço, a tiara e é isso.”

Filme sobre as Amazonas

Para quem está com saudades de Themyscira, uma boa notícia: Jenkins confirmou que está trabalhando no roteiro de um filme sobre as Amazonas, que será produzido por ela, mas provavelmente dirigido por outra pessoa. Não é esperado que Gadot atue neste longa.

Um terceiro filme da Mulher-Maravilha também está nos planos. “Não gostamos de tomar decisões antes de as coisas acontecerem”, afirmou a diretora. “Mas já sabemos o que gostaríamos de fazer.” 


* O Mulher no Cinema participou do painel de Mulher-Maravilha 1984 na CCXP a convite do Telecine

Fotos: Divulgação/CCXP

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