“Dahomey”, de Mati Diop, vence o Urso de Ouro

A diretora franco-senegalesa Mati Diop ganhou o Urso de Ouro, principal prêmio do Festival de Berlim, com seu novo longa, Dahomey. O troféu foi entregue neste sábado (24), no encerramento da 74ª edição do festival.

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Combinando ficção e documentário, Dahomey acompanha a devolução de tesouros reais ao que hoje é o Benin. Em novembro de 2021, o país recebeu 26 artefatos saqueados pela França mais de um século antes.

“Restituir é fazer justiça”, disse Diop ao receber o prêmio, de acordo com o jornal britânico The Guardian. “Podemos nos livrar do passado como se fosse um fardo desagradável que apenas atrapalha a nossa evolução, ou podemos assumir a responsabilidade por ele e usá-lo como base para seguir em frente. Temos de escolher.”

A diretora brasileira Juliana Rojas foi premiada em outra seção do Festival de Berlim, a Encontros. Ela recebeu o prêmio de melhor direção por seu quarto longa-metragem de ficção, Cidade; Campo, que é protagonizado por Fernanda Vianna, Mirella Façanha e Bruna Linzmeyer.

Em Cidade; Campo, Rojas conta duas histórias de migração. Na primeira, a trabalhadora rural Joana migra para São Paulo (SP) após o rompimento de uma barragem de dejetos de mineração inundar sua cidade natal. Ela vai ao encontro de sua irmã, Tânia, que mora em um bairro periférico junto com seu neto, Jaime, e entra no universo dos subempregos por aplicativos, trabalhando como faxineira.

Na segunda história, Flávia se muda com Mara, sua companheira, para a fazenda que herdou do pai no Mato Grosso do Sul. As duas mulheres buscam uma nova oportunidade de vida no campo, mas a natureza as obriga a enfrentar frustrações e a lidar com memórias e fantasmas.

Outro filme brasileiro premiado em Berlim foi o curta-metragem Lapso, de Caroline Cavalcanti, que recebeu menção honrosa do júri jovem da mostra Generation 14plus.


Foto do topo: Reprodução/Site do Festival de Berlim

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