Aquecendo os motores para o Oscar 2018, que ocorre em 4 de março, Mulher no Cinema vai publicar, diariamente, um breve perfil de todas as profissionais femininas indicadas em cada uma das categorias.
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Já falamos sobre as mulheres que disputam melhor filme, atriz, atriz coadjuvante, direção, roteiro adaptado, roteiro original, direção de fotografia, edição, direção de arte, figurino e cabelo e maquiagem. Hoje a categoria é mixagem de som, na qual há apenas uma mulher entre os 16 indivíduos indicados. Saiba mais sobre ela:
Mary H. Ellis, por Em Ritmo de Fuga
Concorrendo ao Oscar pela primeira vez, a americana é apenas a sexta mulher a ser indicada na categoria de mixagem de som, depois de Deb Adair (uma indicação), Anna Behlmer (10 indicações), Pud Cusack (uma indicação), Lora Hirschberg (duas indicações, incluindo uma vitória) e Ai-Ling Lee (uma indicação). Ellis começou a carreira nos anos 1980 e estreou no cinema com Acampamento Sinistro 2 (1988), de Michael A. Simpson. Despontou com Tomates Verdes Fritos (1991), de Jon Avnet, e hoje tem mais de 60 trabalhos no currículo, incluindo RoboCop 3 (1993), O Céu de Outubro (1999), Mar de Fogo (2004), Zumbilândia (2009), Footlose: Ritmo Contagiante (2011), Os Suspeitos (2013) e A Chefa (2016).
Seu trabalho no longa Em Ritmo de Fuga (2017), de Edgar Wright, foi no próprio set – ou seja: foi ela a responsável pelo áudio inicial, que depois foi retrabalhado por Tim Cavagin e Julian Slater, com quem Ellis divide a indicação ao Oscar. Em entrevista ao Sound and Picture, ela disse que a experiência foi desafiadora, em parte por causa da forte presença da música no longa:
“Há 32 canções neste filme, ainda que não se trate de um musical – ao menos não no sentido tradicional. Os atores não cantam e dançam, mas todas as suas ações e falas são coreografadas exatamente de acordo com a música.”
Ela acrescentou que ser moradora de Atlanta, cidade onde o longa foi filmado, representou uma vantagem: “Sou local e cresci nesta indústria, com grande parte desta equipe, então houve muita assistência e respeito.”
Em um podcast da SoundWorks Collection, o trabalho de Ellis foi elogiado pelos seus colegas. Cavagin destacou que houve muito pouca substituição do áudio original: “As sequências eram tão complexas que é incrível você ter conseguido o que conseguiu”, afirmou. Já Slater, o supervisor da equipe, disse que tinha contratado Ellis sabendo de sua capacidade: “Fiz a lição de casa, perguntei sobre o trabalho dela a outros mixadores e recebi muitos elogios.”
Ouça o podcast no qual Ellis, Cavagin e Slater falam sobre o som de Em Ritmo de Fuga (em inglês):
Luísa Pécora é jornalista, criadora e editora do Mulher no Cinema
Na foto do topo: o editor Paul Machliss, a mixadora Mary H. Ellis, o operador de som James Peterson, o técnico de som Thomas J. Doolittle e o engenheiro de playback Alex Lowe (crédito: Sony Pictures)
* Até 4 de março, Mulher no Cinema publica perfis de todas as mulheres indicadas ao Oscar 2018. A cada dia é publicado um texto sobre uma categoria diferente. Acompanhe a série completa aqui.