“Green Border”, de Agnieszka Holland, ganha Prêmio Especial do Júri em Veneza

A diretora polonesa Agnieszka Holland foi premiada na 80ª edição do Festival de Veneza, encerrada neste sábado (9). A cineasta de 74 anos, que é conhecida por filmes como Filhos da Guerra (1990) e O Jardim Secreto (1993), ganhou o Prêmio Especial do Júri por seu novo trabalho, Green Border.

Saiba mais: Veja os principais prêmios conquistados por mulheres no Festival de Veneza
Apoie: Colabore com o Mulher no Cinema e tenha acesso a conteúdo exclusivo

O longa aborda a atual crise humanitária na fronteira entre Polônia e Belarus, que foi desencadeada em 2021. Coescrito pela diretora, o roteiro se alterna entre as histórias de uma família de refugiados sírios, uma professora de inglês afegã e um guarda polonês. 

Pouco antes da exibição de Green Border em Veneza, Holland foi duramente atacada pelo ministro da Justiça polonês, Zbigniew Ziobro, um dos principais integrantes do governo de extrema direita do país. Na rede social X (antes conhecida como Twitter), ele escreveu: “No Terceiro Reich, os alemães produziam filmes de propaganda que mostravam os poloneses como bandidos e assassinos. Agora, têm Agnieszka Holland para isso.”

Segundo a Associated Press, a diretora afirmou que tomará medidas legais contra o ministro caso não receba um pedido formal de desculpas. “Não posso ficar indiferente a um ataque escancarado e brutal vindo de alguém com posição tão importante”, afirmou Holland, que é neta de vítimas do Holocausto e filha de uma participante da Revolta de Varsóvia. “Em nosso país, onde milhões morreram e sofreram durante a Segunda Guerra, ser comparada àqueles que foram responsáveis por isso é extremamente doloroso e requer resposta apropriada.”

Green Border era um de apenas cinco filmes dirigidos por mulheres que estavam entre os 23 selecionados para a competição deste ano do Festival de Veneza. Os outros eram Holly, da belga Fien Troch; Origin, da americana Ava DuVernay; Priscilla, da também americana Sofia Coppola; e Woman Of, parceria da polonesa Malgorzata Szumowska com Michal Englert.

Além de Holland, a única outra mulher premiada na competição principal foi Cailee Spaeny, escolhida como melhor atriz pelo trabalho em Priscilla. O Leão de Ouro, maior honraria do festival, foi para Poor Things, dirigido por Yorgos Lanthimos e protagonizado por Emma Stone.


Foto: Franco Origlia/Getty Images

Top