Lute como uma mulher: veja filmes sobre mulheres em busca de mudança

Ruth Bader Ginsburg se dedicou às leis. Erika Andiola e Tamila Mallory organizaram e lideraram protestos nas ruas. Lynne Littman, Susan Bay, Nell Cox, Victoria Hochberg, Joelle Dobrow e Dolores Ferraro se mobilizaram dentro de um sindicato de profissionais do audiovisual. Com diferentes formas de ativismo, todas estas mulheres buscaram objetivos comuns: mudança, justiça, igualdade.

Listas: 5 filmes dirigidos ou estrelados por mulheres negras para ver no streaming
Leia também: 5 filmes sobre jovens estrelados, escritos e dirigidos por mulheres
Mais dicas: Veja sugestões de filmes para assistir no streaming do Telecine

E eis outro ponto em comum: você pode saber mais sobre todas elas assistindo a três documentários que estão disponíveis no streaming do Telecine. Aproveite que a plataforma está oferecendo os primeiros 30 dias de acesso grátis para novos assinantes, faça seu cadastro e confira as dicas de documentários imperdíveis:


A Juíza (2018), de Betsy West e Julie Cohen

Aos 87 anos, a juíza americana Ruth Bader Ginsburg é um fenômeno de popularidade. Segunda das quatro mulheres que chegaram à Suprema Corte dos Estados Unidos, ela ganhou notoriedade pelas várias vezes em que discordou publicamente das decisões dos colegas. Nos últimos anos, o perfil liberal e uma longa carreira de combate à desigualdade de gênero a transformaram em um verdadeiro ícone pop.

O documentário A Juíza navega justamente entre as batalhas legais que marcaram a carreira de Ginsburg e os memes que a transformaram em estrela. De forma leve, as cineastas Betsy West e Julie Cohen narram a trajetória de uma mulher que buscou mudar o sistema de dentro dele: “Ela usou as habilidades que tinha – o cérebro e o conhecimento legal – para criar mudança nas cortes, enquanto outras pessoas estavam criando mudança de outras formas. Acho que, para seguirmos adiante, precisamos de todos os tipos de liderança”, disse Betsy West, em entrevista concedida no ano passado ao Mulher no Cinema. Mesmo que a juíza seja menos conhecida fora dos Estados Unidos, a cineasta afirmou que o filme, indicado ao Oscar de documentário, pode inspirar as brasileiras. “Há algo de muito básico e universal na história de Ruth Bader Ginsburg, uma mulher que enfrentou e superou enormes desafios usando seu intelecto, sua determinação e seu senso de humor.”


Marcha das Mulheres: Agora É Pessoal (2019), de Amy Berg

Em 21 de janeiro de 2017, um dia depois de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos, um histórico protesto reuniu mais de 470 mil manifestantes apenas em Washington. Intitulada de Marcha das Mulheres, a manifestação foi apoiada por protestos em várias outras cidades e em mais de 80 países. 

Mais do que contar os bastidores da organização da marcha, o documentário de Amy Berg (de Janis: Little Girl Blue) usa o evento como ponto de partida para falar sobre interseccionalidade e sobre os múltiplos desafios do ativismo político. Ela foca em duas personagens principais. Uma delas é Erika Andiola, que integra o grupo conhecido como “Dreamers” (ou “Sonhadores”), nome dado aos filhos de imigrantes ilegais que chegaram aos Estados Unidos quando eram crianças. A outra é Tamika Mallory, co-organizadora da Marcha das Mulheres, que já tinha longo ativismo relacionado ao combate às armas e ao Black Lives Matter, movimento contra o racismo, a brutalidade policial e o assassinato de pessoas negras. Uma cena especialmente marcante do filme mostra uma conversa de Mallory com a rabina Rachel Timoner, após a comunidade judia se incomodar com algumas de suas ações. É um encontro difícil, e que não encerrou definitivamente as divisões internas, mas que também provoca reflexão sobre a importância do debate e da escuta dentro e fora do movimento feminista.


Mulheres em Hollywood: É Hora da Mudança (2018), de Ted Donahue

Cate Blanchett, Natalie Portman, Meryl Streep, Tiffanny Haddish, Sandra Oh, Taraji P. Henson, Shonda Rhimes, Amandla Stenberg, Chloë Grace Moretz, Reese Witherspoon, Tracee Ellis Ross, Zoe Saldana, Catherine Hardwicke, Patty Jenkins. Estas são apenas algumas das artistas entrevistadas em Mulheres em Hollywood: É Hora da Mudança, documentário sobre a participação da mulher em frente e por trás das câmeras.

A atriz Geena Davis é produtora executiva do filme, e foi convidada a entrar no projeto por seu trabalho à frente do Instituto Geena Davis, organização que pesquisa e luta pela igualdade de gênero no cinema e na televisão. Em entrevistas, Davis afirmou não ter hesitado em trabalhar com um cineasta homem, o diretor Tom Donahue, por ele ter sido a primeira pessoa a procurá-la para um projeto deste tipo. Entre as muitas histórias contadas pelo documentário, a mais interessante é a do grupo conhecido como “Original Six”, formado por Lynne Littman, Susan Bay, Nell Cox, Victoria Hochberg, Joelle Dobrow, e Dolores Ferraro. Nos anos 1970, elas formaram um comitê dentro do Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos para abordar a desigualdade de gênero. Sua mobilização culminou em um processo contra dois estúdios americanos alegando discriminação de gênero, e inspirou uma nova ação em 2015, instigada pela diretora Maria Giese. Saiba mais sobre o filme


* Este texto foi produzido pelo Mulher no Cinema e é patrocinado pelo Telecine

Top