Phoebe Waller-Bridge, Renée Zellweger, Awkwafina e Laura Dern foram algumas das mulheres premiadas na edição deste ano do Globo de Ouro, realizada neste domingo (5) em Los Angeles. Sem mulheres indicadas nas principais categorias – direção, roteiro, filme dramático e filme de comédia ou musical -, a cerimônia basicamente consagrou atrizes do cinema e da televisão.
Globo de Ouro: Hildur Guðnadóttir é 1ª mulher a ganhar solo o prêmio de trilha sonora
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Houve, porém, algumas exceções: a vitória de Fleabag como melhor série de comédia foi também uma vitória para Phoebe Waller-Bridge, criadora e roteirista do programa. E na categoria de melhor trilha sonora para cinema, a premiada foi a única mulher entre os cinco indicados: Hildur Guðnadóttir, por Coringa.
A vitória da islandesa foi especialmente significativa já que compositoras enfrentam grandes obstáculos em Hollywood. De acordo com da San Diego State University, mulheres representaram apenas 6% dos 250 filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos em 2018. O prêmio de Hildur Guðnadóttir representou a primeira vitória solo de uma mulher na categoria de trilha sonora do Globo de Ouro.
Não houve grandes surpresas nos prêmios de atuação: Zellweger confirmou o favoritismo na categoria de atriz de drama, vencendo por Judy; Awkwafina levou o troféu de atriz de comédia por The Farewell (na primeira vitória de uma americana de origem asiática na categoria); e Laura Dern ganhou como atriz coadjuvante por História de um Casamento.
Na TV, Waller-Bridge venceu como melhor atriz de comédia por Fleabag; Olivia Colman, melhor atriz de drama por The Crown; Michelle Williams, atriz de minissérie ou filme para a TV por Fosse/Verdon; e Patricia Arquette, atriz coajuvante por The Act. As duas últimas fizeram discursos politizados pedindo que os eleitores americanos votem de forma consciente nas eleições presidenciais deste ano: Arquette comentou o ataque dos Estados Unidos ao Irã, enquanto Williams focou nos direitos das mulheres.
“Votem pensando em seus próprios interesses”, disse Williams às mulheres. “Os homens fazem isso há anos e é por isso que o mundo se parece com eles. Somos o maior grupo votante do país. Vamos fazer com que ele se pareça mais com a gente.” Leia o discurso na íntegra e em português
Outro momento de destaque foi a entrega do Prêmio Carol Burnett à atriz e apresentadora Ellen DeGeneres, celebrando o conjunto de sua obra na televisão. Mais do que o discurso de agradecimento, foi marcante a fala de Kate McKinnon ao apresentar o troféu à apresentadora e lembrar a coragem que ela teve, 17 anos atrás, ao usar a série que protagonizava para anunciar que era lésbica.
“É claro que as atitudes mudam, mas apenas porque pessoas corajosas como Ellen pulam no fogo para criar essa mudança”, disse McKinnon. “Se não tivesse visto Ellen na TV, pensaria que não poderia estar na TV, porque não deixam pessoas LGBTQ aparecerem na TV. Mais do que isso, continuaria pensando que era um alien e que não tinha direito de estar aqui. Obrigada, Ellen, por me dar uma chance.”
O prêmio de melhor série dramática foi para Succession e o de melhor minissérie, para Chernobyl, ambas da HBO. Foi uma premiação especialmente fraca para a Netflix, que recebeu muitas indicações, mas ficou atrás de seus concorrentes na contagem de prêmios. Veja todas as mulheres premiadas:
CINEMA
Atriz – drama
Renee Zellweger, Judy
Atriz – comédia ou musical
Awkwafina, The Farewell
Atriz coadjuvante
Laura Dern, História de um Casamento
Trilha sonora
Hildur Guðnadóttir, Coringa
*
TELEVISÃO
Atriz de série dramática
Olivia Colman, The Crown
Atriz de série de comédia
Phoebe Waller-Bridge, Fleabag
Atriz de minissérie ou filme para a TV
Michelle Williams, Fosse/Verdon
Atriz coadjuvante
Patricia Arquette, The Act
Luísa Pécora é jornalista e criadora do Mulher no Cinema.
Fotos: Reuters (Phoebe Waller-Bridge) e AP (Michelle Williams)