As discussões sobre igualdade de gênero que movimentam Hollywood podem dar a impressão de que as coisas estão mudando rapidamente. Mas e os números? Um estudo divulgado nesta quinta-feira (3) revelou que a porcentagem de mulheres que dirigiram filmes campeões de bilheteria caiu em 2018.
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No total, mulheres representaram apenas 8% dos diretores dos 250 filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos, um índice que não apenas é três pontos percentuais menor do que o de 11% registrado em 2017 como também é menor do que o de 9% registrado em 1998, o primeiro ano em que a pesquisa foi realizada.
Coordenado pela pesquisadora Martha M. Lauzen, da San Diego State University, o estudo mostrou que em 2018 as mulheres representaram 20% dos 3.076 profissionais que trabalharam como diretores, roteiristas, produtores, produtores executivos, montadores e diretores de fotografia nos 250 filmes que foram analisados. Trata-se de um aumento de 2% em relação a 2017.
A pesquisa ainda mostrou que apenas 1% dos longas avaliados empregou 10 ou mais mulheres nessas funções (contra 74% no caso dos homens). Além disso, 25% dos filmes não tinha nenhuma ou apenas uma mulher nos cargos listados (contra 1% no caso dos homens).
As profissionais femininas estão mais presentes no cargo de produtoras (26%), depois produtoras executivas (21%), editoras (21%), roteiristas (16%), diretoras (8%) e diretoras de fotografia (4%). A comparação histórica mostra que, de 1998 a 2018, aumentou ligeiramente o número de mulheres em todas as áreas analisadas, com exceção de direção e direção de fotografia. Na comparação entre 2017 e 2018, as mesmas tendências são observadas e o maior aumento, de cinco pontos percentuais, foi registrado entre roteiristas e montadoras.
O estudo ainda mostrou que mulheres representaram 6% dos compositores, 10% dos supervisores de edição de som e 6% dos designers de som que trabalharam nos 250 filmes analisados. Em todas as três funções, houve um ligeiro aumento em relação aos índices registrados em 2017.
Quando avaliados apenas os 100 filmes de maior bilheteria, o percentual de direção feminina cai para 4%, abaixo do índice registrado em 2017, que era de 8%.
Já a análise dos 500 filmes de maior bilheteria mostrou que as mulheres representaram 15% dos diretores, também uma queda em relação a 2017, quando o índice ficara em 18%. Em geral, as profissionais femininas das áreas estudadas trabalharam principalmente em documentários (33%), filmes de ação (27%), dramas (26%), comédias e ficção científica (20%), animações (18%) e filmes de horror (11%).
A análise dos 500 filmes ainda mostrou, como vários estudos anteriores, que ter uma mulher na direção faz diferença na contratação de outras profissionais. A proporção de roteiristas mulheres, por exemplo, é de 13% em filmes dirigidos exclusivamente por homens e de 71% nos que têm ao menos uma diretora. A mesma lógica se aplica aos editores (19% e 47%), diretores de fotografia (3% e 19%) e compositoras (7% e 24%).
Veja o estudo completo aqui