A produtora Iafa Britz é a única mulher na comissão que escolherá o candidato do Brasil ao Oscar de filme estrangeiro, segundo informou o jornal O Globo. A comissão também não tem nenhum negro, já que os seis demais membros (Jorge Peregrino, Paulo Roberto Mendonça, David Schurmann, Doc Comparato, João Daniel Tikhomiroff e Miguel Faria Jr.) e os três suplentes (André Carreira, Marcelo Siqueira e Paulo Duarte) são homens brancos.
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Neste ano, a escolha caberá à Academia Brasileira de Cinema, e não à Secretaria do Audiovisual, braço do Ministério da Cultura, como aconteceu em outros anos. A decisão foi tomada pelo ministério após a polêmica comissão do ano passado.
Um dos integrantes, o crítico Marcos Petrucelli, foi nomeado após duros comentários contra a equipe do filme Aquarius em razão do protesto contra o impeachment realizado no Festival de Cannes. Como o longa de Kleber Mendonça Filho era tido como o favorito à indicação, muitos questionaram a imparcialidade do grupo. Dois membros – a atriz Ingra Liberato e o diretor Guilherme Fiúza Zenha – deixaram a comissão e três cineastas retiraram seus filmes da disputa. No fim do processo, o filme escolhido para disputar a vaga foi Pequeno Segredo, de David Schurmann.
Concorrer ao Oscar de filme estrangeiro é um processo de três fases. Primeiro, cada país escolhe o seu candidato e o pré-indica à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Depois, em dezembro, será divulgada uma lista com semifinalistas. Por fim, em 23 de janeiro serão anunciados os cinco indicados que de fato disputarão o prêmio.
No Brasil, podem se inscrever no processo de seleção filmes lançados no circuito comercial entre 1º de outubro de 2016 e 30 de setembro de 2017 e que tenham permanecido em cartaz por ao menos sete dias consecutivos. O anúncio do longa escolhido pela comissão será feito no dia 15 de setembro.