Pela segunda vez na história, um filme dirigido por mulher ganhou o principal prêmio do Festival de Cannes, um dos mais importantes do mundo. Titane, da francesa Julia Ducournau, recebeu a Palma de Ouro na cerimônia de encerramento da 74ª edição do festival, realizada neste sábado (17).
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Ducournau, que é conhecida principalmente pelo terror Raw (2016), era uma de quatro diretoras na competição, que neste ano reuniu 24 títulos. Antes de Titane, o único filme dirigido por mulher a vencer a Palma de Ouro fora O Piano, de Jane Campion, em 1993.
Titane foi chamado pela imprensa americana de um dos filmes mais “radicais” e “loucos” que já foram exibidos em Cannes. O longa, que chegará ao Brasil pelo MUBI, explora o gênero body horror ao contar a história de uma jovem (Agathe Rousselle) que, na infância, sofreu um acidente de carro e ficou com uma placa de metal na cabeça. Muitos anos depois, foragida, ela finge ser o filho desaparecido de um bombeiro (Vincent Lindon).
A premiação de Cannes foi marcada por um erro do presidente do júri, Spike Lee, que revelou o ganhador da Palma de Ouro logo no início da cerimônia, e não no final, como tradicionalmente acontece. Nenhum dos outros três filmes dirigidos por mulheres na competição – Bergman Island, de Mia Hansen-Løve; La fracture, de Catherine Corsini; e The Story of My Wife, de Ildikó Enyedi – foi premiado, e apenas o troféu de melhor atriz foi para Renate Reinste, por The Worst Person in the World.
Diretoras tiveram outras vitórias importantes em Cannes: Unclenching the Fists, de Kira Kovalenko, tornou-se o primeiro filme dirigido por mulher a ganhar a mostra Um Certo Olhar; e Murina, de Antoneta Alamat Kusijanovic, levou o prêmio Câmera de Ouro, entregue a cineastas estreantes.
Também houve uma diretora brasileira premiada: Jasmin Tenucci recebeu menção especial na competição de curtas com Céu de Agosto. A Palma de Ouro dos curtas foi para All The Crows In The World, de Tang Yi.