
Oitenta e cinco filmes de 30 países estão na programação da 30ª edição do É Tudo Verdade, o principal festival de documentários realizado no Brasil. Neste ano, o evento ocorre de 3 a 13 de abril em cinco salas de São Paulo (SP) e em três salas do Rio de Janeiro (RJ), com entrada gratuita em todas as sessões.
Dicas: Cineastas recomendam documentários nacionais dirigidos por mulheres
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Longas sobre ícones da cultura brasileira foram escolhidos para a abertura do festival nas duas cidades: no Rio, o É Tudo Verdade começa com Viva Marília, filme de Zelito Viana sobre a atriz Marília Pêra (1943-2015); e em São Paulo, com Ritas, documentário de Oswaldo Santana e Karen Harley sobre a cantora Rita Lee (1947-2023).
Além das sessões presenciais, o É Tudo Verdade também promove sessões na Itaú Cultural Play, a plataforma de streaming gratuita do Itaú Cultural, que pode ser acessada de qualquer lugar do Brasil. De 14 a 30 de abril, será possível assistir online a seis títulos selecionados para a competição brasileira de curtas-metragens e a quatro curtas do diretor Vladimir Carvalho (1935-2024), homenageado desta edição.
Abaixo, o Mulher no Cinema selecionou 15 títulos dirigidos por mulheres ou centrados em mulheres que estão entre os destaques do É Tudo Verdade. Consulte dias, horários e locais de exibição no site do festival.
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“Em Busca de Amani”
[Searching for Amani, EUA/Quênia, 2024]
Um aspirante a jornalista de 13 anos investiga o misterioso assassinato de seu pai em uma das maiores áreas de conservação de vida selvagem do Quênia. Dirigido por Nicole Gormley e Debra Aroko.
“Cartas pela Paz”
[Brasil, 2024]
Em um filme-carta, quatro jovens moradores de favelas revelam seus sonhos e medos e reivindicam o direito de brincar e estudar em meio às operações policiais no Rio de Janeiro (RJ). Dirigido por Mariana Reade, Thays Acaibe e Patrick Zeiger. Assista ao trailer:
“Copan”
[Brasil, 2025]
O documentário de Carine Wallauer retrata o cotidiano do edifício Copan, em São Paulo (SP), onde a convivência entre os 5 mil moradores e os mais de cem funcionários revela desigualdades estruturais.
“Escrevendo Hawa”
[Writing Hawa, França/Países Baixos/Catar/Afeganistão, 2024]
Hawa era criança quando um casamento foi arranjado para ela. Quarenta anos depois, ela se alfabetizou e começou a ter uma vida independente. Mas o retorno do Taleban ao poder destrói seus sonhos, os de sua filha, Najiba, e os de sua neta, Zahra. Dirigido por Najiba Noori.
“Estrada Azul – A História de Edna O’Brien”
[Blue Road – The Edna O’Brien Story, Irlanda/Reino Unido, 2024]
A diretora Sinéad O’Shea conta a história da escritora irlandesa Edna O’Brien (1930-2024), que provocou polêmica com seu livro de estreia, The Country Girls, e teve vários trabalhos banidos.
“Eu Sou Sua Vênus”
[I’m Your Venus, EUA, 2024]
A americana Venus Xtravaganza (1965-1988) se tornou um ícone trans após sua aparição póstuma no filme Paris Is Burning (1991), lançado depois de ela ser assassinada. Décadas depois, as duas famílias de Venus – a biológica e a do ballroom – se unem para tentar esclarecer o crime. Direção de Kimberly Reed.
“Hora do Recreio”
[Brasil, 2025]
Alunos de escolas de diferentes áreas do Rio de Janeiro (RJ) discutem temas como evasão escolar, racismo, tráfico de drogas, bala perdida, feminicídio e gravidez precoce. Dirigido por Lucia Murat.
“Meus Fantasmas Armênios”
[Mes fantômes arméniens, França/Armênia/Catar, 2025]
Inspirada por memórias e por seu pai, o ator Vigen Stepanyan (1952-2021), a diretora Tamara Stepanyan faz uma jornada pelo cinema armênio, explorando temas como identidade, amor e expressão artística.
“Minha Terra Estrangeira”
[Brasil, 2025]
Para muitos brasileiros, as eleições presidenciais de 2022 representaram a escolha entre democracia e autoritarismo. Para os povos indígenas da Amazônia, a floresta, lar de todos eles, estava sob ataque. Dirigido por Louise Botkay, João Moreira Salles e pelo Coletivo Lakapoy, o documentário acompanha pai e filha durante os quarenta dias que antecederam a votação.
“Mundurukuyü – A Floresta das Mulheres Peixe”
[Brasil, 2024]
Na aldeia Sawre Muybu, às margens do rio Tapajós, no Pará, a floresta das mulheres-peixe espelha a mitologia Munduruku, segundo a qual, na origem do mundo, os humanos se transformaram em floresta, plantas e animais. Dirigido por Aldira Akay, Beka Munduruku e Rylcélia Akay.
“Um Olhar Inquieto: o Cinema de Jorge Bodanzky”
[Brasil, 2024]
Trabalhando em parceria com a diretora Liliane Maia, o cineasta Jorge Bodanzky revê sua trajetória, sua relação com a Amazônia e as imagens que fez ao longo da vida. Assista ao trailer:
“Petra Kelly – Aja Agora!”
[Petra Kelly – Act Now!, Alemanha, 2024]
A diretora Doriz Metz conta a história de Petra Kelly (1947-1992), importante figura política do século 20 que foi co-fundadora do Partido Verde da Alemanha. Defensora de um mundo sem armas nucleares e de uma sociedade em harmonia com a natureza, ela foi assassinada aos 44 anos.
“Ritas”
[Brasil, 2025]
A trajetória da cantora, compositora, instrumentista e escritora Rita Lee (1947-2023) é contada por meio de sua própria narração, além de entrevistas e depoimentos. Direção de Oswaldo Santana e Karen Harley.
“Rua do Pescador, nº6”
[Brasil, 2025]
Dirigido por Bárbara Paz, o documentário aborda as consequências das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 e conversa com moradores para ouvir suas histórias e memórias.
“Viva Marília”
[Brasil, 2024]
O documentário do diretor Zelito Viana narra a carreira da atriz Marília Pêra (1943-2015) e aborda como o contexto político e social do Brasil entre as décadas de 1960 e 1980 impactou sua vida e sua obra.