A televisão americana mostrou leve melhora no que diz respeito à igualdade de gênero e à representação de mulheres negras, asiáticas e latinas, de acordo com estudo realizado pela San Diego State University.
Coordenado pela pesquisadora Martha Lauzen, o levantamento avaliou episódios escolhidos aleatoriamente de dramas, comédias e reality shows que foram exibidos na televisão aberta (ABC, CBS, NBC, Fox, CW) e a cabo (A&E, AMC, Animal Planet, BET, Discovery, Disney, Freeform, FX, History, TBS, TNT, USA) dos Estados Unidos e também nos principais serviços de streaming (Amazon, Hulu, Netflix) entre setembro de 2016 e maio de 2017.
De acordo com o estudo, mulheres representaram 42% de todos os personagens com fala, um crescimento de três pontos percentuais em relação à pesquisa de 2015/2016. Também houve leve melhora no que diz respeito à diversidade racial e étnica: entre todas as personagens femininas, 19% eram negras, um aumento de 3% em relação à pesquisa anterior. A porcentagem de personagens femininas asiáticas aumentou de 4% para 6% enquanto a de latinas passou de 4% para 5%.
Quando analisados apenas os programas exibidos na televisão aberta, as porcentagens de personagens femininas negras (21%) e asiáticas (7%) representaram recordes nos 20 anos em que a pesquisa é feita.
Outros números são pouco animadores: 68% dos programas em todas as plataformas analisadas têm elenco formado majoritariamente por homens. O contrário acontece em 21% das atrações, enquanto em 11% o elenco é equilibrado. Estereótipos de gênero também continuam sendo comuns: personagens femininas têm menos chances de serem mostradas trabalhando e mais chances de terem seu estado civil identificado.
Por trás das câmeras, a desigualdade é maior. Mulheres representaram apenas 28% de todos os criadores, diretores, roteiristas, produtores, produtores executivos, editores e diretores de fotografia – um crescimento de 2% em relação a 2015/2016. Metade dos programas analisados empregaram quatro ou menos mulheres em todas estas posições.
Mulheres aparecem principalmente como produtoras (39%) e depois como roteiristas (33%), produtoras executivas (28%), criadoras (23%), editoras (22%), diretoras (17%) e diretoras de fotografia (3%).
Como vários outros estudos, este apontou que aumentar a presença de mulheres em posições-chave é crucial. Nos programas que têm ao menos uma mulher entre os criadores, por exemplo, 51% das personagens principais são femininas – uma porcentagem que cai para 38% quando todos os criadores são homens.
Essa queda se repete em outras funções: se há ao menos uma mulher entre os criadores, profissionais femininas representam 57% dos roteiristas e 33% dos diretores. Essas porcentagens passam para 21% e 9%, respectivamente, quando todos os criadores são homens.
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