O cinema independente americano segue sendo mais receptivo às cineastas mulheres do que o comercial. Mas isso não significa que elas têm o mesmo espaço que os homens.
Uma pesquisa da San Diego State University mostrou que mulheres representaram 28% dos diretores de 1.036 filmes que participaram de 23 festivais americanos em 2015 e 2016. A presença feminina é maior no documentário (35%) do que na ficção (19%).
A porcentagem de 28% representa um avanço de cinco pontos em relação aos dados de 2014-2015, mas está abaixo dos 29% registrados em 2011-2012. É, também, uma proporção bem maior do que a de diretoras que trabalharam nos filmes de maior bilheteria nos EUA no ano passado: 9%.
O estudo também apontou que mulheres representaram 25% dos diretores, roteiristas, produtores, produtores executivos, editores e diretores de fotografia nos filmes exibidos em festivais – queda de um ponto percentual em relação ao levantamento anterior.
A coordenadora da pesquisa, Martha Lauzen, disse que a representação feminina no cinema independente está “estagnada”: “Apesar de o debate ter aumentado, os números ainda não se mexeram. Não estamos vendo crescimento ano após ano.”
Segundo o levantamento, os festivais (entre eles Sundance, Telluride, Tribeca e SXSW) exibiram três vezes mais longas de ficção dirigidos por homens do que por mulheres, e duas vezes mais documentários. Como em estudos anteriores, este apontou que filmes com ao menos uma mulher na direção têm mais chances de empregar profissionais femininas em outras funções.