Sandra Bullock pode estar na corrida pelo Oscar do ano que vem por um papel que quase foi de…George Clooney!
“Our Brand is Crisis” foi exibido neste fim de semana no Festival de Toronto e é um ótimo exemplo de como papéis masculinos podem ser transformados em femininos – e de como gente poderosa em Hollywood (como Bullock e Clooney) pode ajudar a melhorar a representação feminina nas telas.
No filme de David Gordon Green, que estreia em outubro nos Estados Unidos (não há previsão no Brasil), Bullock interpreta Jane Bodine, uma estrategista política americana contratada por um candidato à presidência da Bolívia que está atrás nas pesquisas.
Trata-se de uma história fictícia, mas inspirada em caso real: a disputa entre Gonzalo Sánchez de Lozada e Evo Morales, em 2002, que foi retratada em um documentário também intitulado “Our Brand is Crisis”. O personagem de Bullock é baseado em James Carville, que comandou a campanha de Lozada.
Em 2007, a Warner Bros. Pictures anunciou que o filme seria produzido por Clooney e seu sócio, Grant Heslov. O ator também cogitava assumir o papel principal, mas outros trabalhos acabaram passando na frente e o projeto ficou sem protagonista.
Eis que Bullock entrou na jogada. Segundo a atriz, tudo começou com o fato de não estar gostando de nenhum dos papéis que estava recebendo – e a gente acredita, já que mulheres representaram só 30,2% dos personagens com fala nos 700 filmes de maior bilheteria nos EUA entre 2007 e 2014.
Com a ajuda de sua agente, Bullock começou a investigar projetos com personagens masculinos que os realizadores topassem transformar em femininos. Em Toronto, Clooney contou:
“Sandy ligou e disse que queria o papel, que fora pensado para um homem. Quando você vê o quão fácil é fazer a mudança, percebe que um monte de papéis femininos poderiam existir se as pessoas começassem a pensar dessa forma.”
Muitas das críticas do filme destacaram justamente o trabalho Bullock, considerada o ponto alto de um longa mediano. Uma das atrizes mais populares de Hollywood, ela parece estar atenta à mensagem que “Our Brand is Crisis” pode enviar no que diz respeito ao machismo na indústria cinematográfica.
Em Toronto, Bullock disse torcer para que o filme tenha sucesso suficiente para inspirar outros estúdios a reescrever papéis. Além disso, respondeu com ironia a um jornalista que disse não entender o motivo de sua personagem, uma mulher rica, não demonstrar cuidado com a aparência e ter um “cabelo de duas cores”.
“Adoro falar sobre cabelo”, respondeu Bullock. “Chama-se: raízes crescem”, acrescentou, pronunciando as sílabas bem devagar. Será que Clooney receberia a mesma pergunta?
Veja o trailer de “Our Brand is Crisis” (em inglês):
Via Refinery 29, Washington Post e Vulture
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