Realizado numa coprodução entre Brasil e Colômbia, Alma do Deserto venceu o prêmio Queer Lion, que reconhece o melhor filme com temática LGBTQIA+ do Festival de Veneza. Dirigido pela cineasta colombiana Mônica Taboada-Tapia, o documentário foi exibido na mostra Giornate degli Autori, também conhecida como Venice Days, e ganhou o troféu nesta sexta-feira (6).
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Alma do Deserto acompanha a luta de Georgina, uma mulher trans da etnia Wayúu, para ter sua identidade reconhecida. Depois de vizinhos atearem fogo em sua casa e queimarem seus documentos, Georgina sai em busca de emitir uma nova carteira de identidade e, assim, poder exercer direitos civis fundamentais.
Ao justificar o prêmio, o júri do Queer Lion disse que o Alma do Deserto aborda “questões complexas relacionadas à identidade de gênero, etnia, cidadania e direitos civis a partir de um olhar cinematográfico poderoso, que transcende o gênero documental”.
Outros sete filmes estavam na disputa pelo prêmio: Queer de Luca Guadagnino; Love, de Dag Johan Haugerud; El Jockey, de Luis Ortega; Pooja, Sir, de Deepak Rauniyar; Diciannove, de Giovanni Tortorici; Peaches Goes Bananas, de Marie Losier; e Paul and Paulette Take a Bath, de Jethro Massey.
Também nesta sexta-feira (6), a produção brasileira Manas, dirigida por Marianna Brennand recebeu o principal troféu da seção Giornate degli Autori. Estreia de Brennand no longa-metragem de ficção, o filme conta a história de Marcielle (Jamilli Correa), uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA) e decide confrontar as violências que marcam a vida das mulheres de sua família e de sua comunidade.
Além de Brennand, outras duas diretoras brasileiras exibiram seus novos filmes em Veneza. Moara Passoni participou da competição da mostra Orizzonti com o curta-metragem Minha Mãe É uma Vaca, e Petra Costa exibiu Apocalipse nos Trópicos fora de competição. Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, está na disputa pelo Leão de Ouro.