Mais de 400 filmes de 82 países estão na programação da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que ocorre de 17 a 30 de outubro em 29 salas de cinema, espaços culturais e CEUS da capital paulista.
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A seleção inclui filmes nacionais e estrangeiros que foram premiados em festivais como Cannes, Veneza, Berlim e Roterdã e/ou escolhidos por seus países para buscar uma indicação ao Oscar de melhor filme internacional.
Para quem quer aproveitar esta edição da Mostra para prestigiar o trabalho de diretoras pelo mundo, o Mulher no Cinema fez uma lista com 20 longas-metragens dirigidos por mulheres que estão entre os destaques da programação. Para informações sobre dias, horários e locais de exibição, acesse o site da Mostra.
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“Abril”
[April, Geórgia/Itália/França, 2024]
Nina trabalha como obstetra em uma maternidade no leste da Geórgia. Após um parto difícil, no qual a criança morre, o pai exige uma investigação que ameaça trazer à tona uma atividade paralela e não autorizada de Nina. Dirigido por Dea Kulumbegashvili, venceu o prêmio especial do júri no Festival de Veneza.
“Alma do Deserto”
[Alma del Desierto, Colômbia/Brasil, 2024]
O documentário de Mónica Taboada-Tapia acompanha a luta de Georgina, uma mulher trans da etnia Wayúu, para ter sua identidade reconhecida. Depois de vizinhos atearem fogo em sua casa e queimarem seus documentos, Georgina tenta emitir uma nova carteira de identidade. Ganhador do prêmio Queer Lion, que reconhece o melhor filme com temática LGBTQIA+ do Festival de Veneza.
“O Banho do Diabo”
[Des Teufels Bad, Áustria/Alemanha, 2024]
Na Áustria do século 18, uma mulher é condenada à morte após matar um bebê. Enquanto se prepara para o casamento, Agnes se vê cada vez mais presa a um caminho obscuro e solitário que a leva a pensamentos malignos. Dirigido por Veronika Franz e Severin Fiala, ganhou o prêmio de melhor contribuição artística no Festival de Berlim e é o candidato da Áustria ao Oscar de filme internacional.
“Boa Menina”
[Good One, EUA, 2024]
Sam é uma garota de 17 anos que embarca em uma viagem de três dias pelas montanhas Catskills com o pai, Chris, e um amigo dele, Matt. Não demora para que Chris e Matt comecem a falar sobre antigas decepções e a fazer reclamações com Sam. De início, ela tenta mediar o duelo de egos dos dois homens. Mas quando sente ter sido traída, a tensão aumenta. Dirigido por India Donaldson.
“A Borda dos Sonhos”
[Rafaat Einy LL Sama, Egito/França/Dinamarca/Catar/Arábia Saudita, 2024]
Filmado ao longo de quatro anos, o documentário de Nada Riyadh e Ayman El Amir acompanha um grupo de meninas que vive em um pequeno e isolado vilarejo no Egito. Elas sonham em ser atrizes, dançarinas e cantoras e, desafiando o conservadorismo da comunidade e de suas famílias, formam uma trupe de teatro de rua. Vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Cannes.
“Dahomey”
[Senegal/França/Benim, 2024]
Premiado com o Urso de Ouro no Festival de Berlim e candidato do Senegal ao Oscar, o documentário de Mati Diop acompanha a devolução de 26 tesouros reais do Reino de Daomé, hoje República do Benim. Esses artefatos, como milhares de outros, foram saqueados pelas tropas coloniais da França, levando o filme a refletir sobre questões como apropriação, autodeterminação e restituição. Assista ao trailer:
“Deserto da Namíbia”
[Namibia no sabaku, Japão, 2024]
Kana é uma menina de 21 anos, que não sabe o que quer da vida, não demonstra paixão por nada e encara relacionamentos amorosos como forma de passar o tempo. Ela tem algum problema ou apenas está viva? Dirigido por Yoko Yamanaka, ganhou o prêmio da crítica da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
“Familiar Touch”
[EUA, 2024]
Ruth sofre de demência e passa a viver em uma moradia assistida. Lá, precisa lidar com novos rostos, rotinas e ambientes, ao mesmo tempo em que sua identidade e seus desejos se transformam. Dirigido por Sarah Friedland, ganhou três prêmios no Festival de Veneza: o Leão do Futuro, entregue ao melhor filme de estreia, e o de melhor direção e melhor atriz na seção Horizontes.
“Hanami”
[Portugal/Suíça/Cabo Verde, 2024]
Nana vive em uma ilha vulcânica de onde todos partem, inclusive sua mãe, que foi embora após seu nascimento. Acometida por uma febre, Nana é enviada ao pé do vulcão para tratamento, e lá encontra um mundo que mistura sonho e realidade. Anos depois, adolescente, ela reencontra a mãe. Direção de Denise Fernandes.
“Harvest”
[Grécia/Reino Unido/Alemanha/França/EUA, 2024]
Um incêndio e a chegada de um homem rico instalam suspeitas e criam tensão entre os moradores de um vilarejo sem nome, localizado em lugar e tempo indefinido. Dirigido por Athina Rachel Tsangari.
“Holy Cow”
[Vingt dieux, França, 2024]
A vida sem preocupações de Totone acaba quando, aos 18 anos, torna-se responsável por sustentar e cuidar da irmã mais nova. Em busca de uma forma de ganhar dinheiro, ele decide participar de uma competição agrícola que busca o melhor queijo comté da região. Dirigido por Louise Courvoisier, venceu o Prêmio da Juventude da seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes.
“Ilha do Açúcar”
[Sugar Island, República Dominicana/Espanha, 2024]
Makenya é uma adolescente de 14 anos que mora com o avô e a mãe em Batey, uma comunidade dominicano-haitiana de trabalhadores de plantações de cana-de-açúcar. Uma gravidez indesejada joga Makenya direto na vida adulta. Dirigido por Johanné Gómez Terrero.
“Lua”
[Mond, Áustria, 2024]
Ex-atleta de MMA, Sarah deixa a Áustria para treinar três irmãs de uma família rica da Jordânia. O que parece um emprego dos sonhos ganha contornos inquietantes: as jovens estão sob vigilância constante e não parecem interessadas no esporte. Dirigido por Kurdwin Ayub, ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Locarno.
“Manas”
[Brasil, 2024]
Marcielle tem 13 anos e vive em uma comunidade ribeirinha na Ilha do Marajó, no Pará. Instigada pela mãe, ela cultua a imagem de Claudinha, a irmã mais velha que teria partido após “arrumar um homem bom”. Conforme amadurece, Marcielle vê suas idealizações ruírem e se percebe presa em ambientes abusivos. Decide, então, confrontar a engrenagem violenta que rege sua família e as mulheres da comunidade. Dirigido por Marianna Brennand, venceu o prêmio de melhor direção da Jornada dos Autores do Festival de Veneza.
“No Other Land”
[Palestina/Noruega, 2024]
Premiado nos festivais de Berlim, CPH:DOX, Visions du Réel e IndieLisboa, este documentário retrata a destruição causada pela ocupação israelense na região de Masafer Yatta, na Cisjordânia, e a aliança formada entre o ativista palestino Basel Adra e o jornalista israelense Yuval Abraham. Os dois integram o coletivo de cineastas que realizou o filme, ao lado de Rachel Szor e Hamdan Ballal.
“Sugarcane”
[Canadá, 2024]
Em 2021, evidências de sepulturas sem identificação foram encontradas no terreno de uma escola indígena administrada pela Igreja Católica no Canadá. O documentário de Emily Kassie e Julian Brave NoiseCat retrata as investigações que se seguiram à descoberta e revelaram inúmeros casos de abuso e separações forçadas. Vencedor do prêmio de melhor direção da seção U.S. Documentary do Festival de Sundance.
“Sujo”
[México, EUA, França, 2024]
Sujo é um menino de quatro anos que escapa por pouco da morte quando o pai, um pistoleiro a serviço dos cartéis, é assassinado. Na vida adulta, Sujo tenta se afastar da violência de sua cidade natal, mas o passado do pai volta a cercá-lo. Dirigido por Astrid Rondero e Fernanda Valadez, venceu o grande prêmio do júri na competição internacional do Festival de Sundance e é o candidato do México ao Oscar.
“Tudo que Imaginamos Como Luz”
[All We Imagine as Light, Índia/França/Holanda/Luxemburgo, 2024]
Ganhador do Grand Prix no Festival de Cannes, o filme de Payal Kapadia conta a história de duas enfermeiras que vivem juntas em Mumbai, na Índia. Uma delas é Prabha, que recebe um presente inesperado do marido, com quem não tem contato. A outra é a jovem Anu, que está apaixonada e buscando uma oportunidade para ter momentos de intimidade com o namorado.
“Vermiglio”
[Itália/França/Bélgica, 2024]
Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, um soldado desertor chamado Pietro chega a Vermiglio, uma aldeia no alto dos Alpes italianos. Seu amor por Lúcia, filha mais velha do professor local, transforma a vida de todos. Dirigido por Maura Delpero, venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Veneza e é o candidato da Itália ao Oscar de filme internacional.
“Virgínia e Adelaide”
[Brasil, 2024]
O filme de Yasmin Thayná e Jorge Furtado narra o encontro de Virgínia Bicudo (1910-2003) e Adelaide Koch (1896-1980). Professora universitária negra e pioneira dos estudos sobre racismo no Brasil, Virgínia foi a primeira paciente de Adelaide (nascida Adelheid), psicanalista e médica judia que fugiu da Alemanha nazista e se estabeleceu em São Paulo (SP). Assista ao teaser: