Mais de vinte filmes dirigidos por cineastas negras estão na programação totalmente gratuita da Mostra Competitiva de Cinema Negro Adelia Sampaio, que realiza sua sétima edição de 1º a 8 de novembro. Além das sessões presenciais em Brasília (DF), o festival também exibirá os filmes da competição na plataforma Ubuplay, acessível ao público de todo o Brasil. No formato online, as exibições serão entre os dias 12 e 19 de novembro.

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Entrevista: Yasmin Thayná fala sobre o filme Virgínia e Adelaide

Com o tema Memória, esta edição da Mostra Competitiva de Cinema Negro Adelia Sampaio também celebra os 80 anos da pioneira diretora que lhe dá nome. Em 1984, com Amor Maldito, Adelia Sampaio entrou para a história como a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. No entanto, seu trabalho só ganhou destaque na última década, graças à pesquisa da historiadora e cineasta Edileuza Penha de Souza, que é professora da Universidade de Brasília (UnB) e idealizadora do festival.

Tanto Adelia quanto Edileuza estarão na abertura da mostra deste ano, que ocorre no dia 3 de novembro, a partir das 18h45, no Cine Brasília. Durante a cerimônia, elas participarão de uma mesa de debates que também terá a presença de Rozana Naves, reitora da UnB; Tito Abayomi de Souza Leitão, representando a Sebastiana Mídias e Produções; e Marcus Vinícius Mesquita, da produtora Afronte Faz.

Após a mesa, haverá a exibição do longa-metragem Virgínia e Adelaide (2025), dirigido por Yasmin Thayná (do curta KBELA) em parceria com Jorge Furtado.

O filme retoma a trajetória e narra a força do encontro entre duas mulheres brilhantes, mas ainda pouco conhecidas: Virgínia Bicudo (1910-2003), socióloga brasileira negra que foi a primeira psicanalista do país, e Adelaide Koch (1896-1980), psicanalista alemã judia que se refugiou em São Paulo durante o nazismo.

Seleção e curadoria

A curadoria desta edição da Mostra de Cinema Negro Adelia Sampaio foi realizada por Edileuza em colaboração com a diretora e roteirista brasileira Renata Diniz e com a gestora cultural colombiana Gisela Pérez.

Foram selecionados filmes de 14 estados brasileiros, além de uma produção realizada em Cabo Verde. 

A Sessão 1, intitulada Entre o Chão e o Céu – Melodias do Sonhar, reúne os filmes A Menina que Queria Voar, de Tais Amordivino; Surreal, de Joyce Prado; Dionísio, de Carmen Luz; Eu Queria Ser Bailarina, de Isabel Seixas e Leo de Souza Dantos; e Ginga Reggae na Jamaica Brasileira, de Na’yra Albuquerque.

A Sessão 2, batizada de Mares e Memórias Ancestrais, exibe Um Oceano Inteiro, de Bruna Dias e Carine Fiúza; Mar de Dentro, de Lia Letícia; Coisa de Preto, de Pâmela Peregrino; e Diaspóricas 2, de Ana Clara Gomes.

A Sessão 3 é chamada de Retratos Íntimos: Geografias e Território, e é composta pelos filmes Carolina, de Daiana Rocha; Mansos, de Juliana Segóvia; Rapsódia em Azul, de Marina Barancelli; e Pirinha, de Natasha Craveiro.

A Sessão 4 foi batizada de Entre Palavras e Lugares: Identidades em Trânsito, e dela participam os filmes Mulheres (em) Trans/e, de Milla Paz; Parla Italiano, de Rastricinha e Caim; Notas Sobre a Identidade, de Marisa Arraes; Borborema, de Luana e Emília Aidar; e Na Volta Eu Te Encontro, de Urânia Munzanzu.

Já a Sessão 5, chamada de Ubuntu: Heranças de Mulheres, exibe Sônia, de Izah Neiva; Redestina, de Mayara Mascarenhas; e Vasta Natureza de Minha Mãe, de Inez dos Santos e Aristótelis Tothi.

Os filmes serão exibidos no Anfiteatro 10 do Campus Darcy Ribeiro da UnB. Para consultar dia e horário das sessões, acesse o perfil da mostra no Instagram.

Outras atividades

Além das exibições de filmes, a Mostra Competitiva de Cinema Negro Adelia Sampaio também promove outras atividades, como masterclasses, debates, lançamentos de livros, oficinas e apresentações culturais.

Outro destaque é a exposição Foto Preta Grafia, que tem curadoria de Claudio Bull (curador principal) e Edileuza Penha de Souza (co-curadora), e apresenta diferentes perspectivas do protagonismo negro na produção fotográfica contemporânea. As obras foram realizadas pelos artistas Luiz Roberto Moreira, Denise Camargo, Letícia Miranda, Juliana Uepa, David Alves, Andyara Miranda, Thales Lima e Matheus Alves.

A exposição será na Casa Niemeyer, com abertura no dia 1º de novembro. 

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SERVIÇO:

VII Mostra Competitiva de Cinema Negro Adelia Sampaio
Período: 1º a 8 de novembro de 2025
Tema: “Memória”
Entrada: gratuita

• Exposição “Foto Preta Grafia”: 1/11, 10h às 12h, na Casa Niemeyer (Quadra 26, Conjunto 3 – Setor de Mansões do Park Way)

• Cerimônia e filme de abertura: 3/11, 18h45 às 22h, no Cine Brasília (106/107 Sul).

• Programação completa: 4 a 8/11, na Universidade de Brasília (UnB)

• Oficinas: 9h às 12h, Faculdade de Comunicação (FAC) – Universidade de Brasília (UnB), Campus Darcy Ribeiro

• Exibições de filmes: Anfiteatro 10 – Universidade de Brasília (UnB), Campus Darcy Ribeiro

• Masterclasses: Beijódromo – Universidade de Brasília (UnB)

• Mesas de debate e lançamentos: Espaço Memória – Universidade de Brasília (UnB), Campus Darcy Ribeiro

• Premiação e shows: Anfiteatro 10 – Universidade de Brasília (UnB), Campus Darcy Ribeiro

* Este texto foi produzido pelo Mulher no Cinema e é patrocinado pela Mostra Competitiva de Cinema Negro Adelia Sampaio