A atriz francesa Jeanne Moreau, estrela do clássico Jules e Jim (1962), de François Truffaut, morreu aos 89 anos em sua casa em Paris. A notícia foi dada por seu agente nesta segunda-feira (31). O presidente da França, Emmanuel Macron, divulgou um comunicado dizendo que a artista “personificava o cinema”.
Também diretora, roteirista e cantora, Jeanne nasceu em Paris em 1928. Começou a carreira no teatro e estreou no cinema em 1949 com Dernier Amour. Destacou-se em dois filmes de Louis Malle – Ascensor para o Cadafalso (1958) e Amantes (1958) – e em 1960 recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes por Duas Almas em Suplício, de Peter Brook.
Mas seu trabalho mais icônico é Jules e Jim, filme ambientado na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que acompanha o triângulo amoroso entre a personagem de Jeanne, Catherine, e os interpretados por Oskar Werner e Henri Serre. Título-chave da nouvelle vague, o longa é um dos mais elogiados de François Truffaut.
Nos anos 1970, Jeanne passou para trás das câmeras, dirigindo os longas de ficção No Coração, a Chama (1976) e L’adolescente (1979). Em 1983 também dirigiu o documentário Lillian Gish. A carreira de atriz seguiu forte, e em 1998 ela ganhou o César, tido como Oscar do cinema francês, por La vieille qui marchait dans la mer, de Laurent Heynemann.
Jeanne também teve papéis marcantes em filmes como A Noite (1961), de Michelangelo Antonioni; O Processo (1962), de Orson Welles; A Baía dos Anjos (1963), de Jacques Demy; O Diário de uma Camareira (1964), de Luis Buñuel; A Noiva Estava de Preto (1968), de Truffaut; Joanna Francesa (1973), de Cacá Diegues; entre outros. Seu último trabalho no cinema foi Le talent de mes amis (2015), de Alex Lutz. A atriz e diretora presidiu o júri de Cannes duas vezes, em 1975 e em 1995.
Via The Guardian
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