A 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado começa nesta quinta-feira (17) na cidade gaúcha, com quatro filmes dirigidos por mulheres entre os sete que formam a competição nacional. É um grande avanço em relação a 2016, quando a mostra competitiva brasileira do festival não teve títulos realizados por diretoras.
Neste ano, o festival dará o Troféu Oscarito, dedicado a grandes nomes do cinema nacional, para a atriz brasileira Dira Paes; e o Kikito de Cristal, entregue a personalidades latino-americanas, para a atriz argentina Soledad Villamil.
Abaixo você encontra sete dicas de filmes dirigidos por mulheres e/ou sobre mulheres que estão na programação. Para informações sobre dias e horários das sessões, consulte oo site do Festival de Gramado.
“Como Nossos Pais”
[Brasil, 2017]
Dirigido pela cineasta Laís Bodanzky – de Bicho de Sete Cabeças (2000) e As Melhores Coisas do Mundo (2010) – o filme acompanha a protagonista Rosa (Maria Ribeiro) em um momento de conflitos pessoais e geracionais. Após uma revelação inesperada, ela passa a refletir sobre a carreira, as dificuldades do casamento, a relação com suas filhas e com sua mãe. Exibido no Festival de Berlim.
“As Duas Irenes”
[Brasil, 2017]
Irene é uma menina de 13 anos que faz uma descoberta: seu pai tem outra mulher e outra filha, com a mesma idade e o mesmo nome dela. Em segredo, ela se arrisca para tentar conhecer a menina. Exibido no Festival de Berlim, o filme é o primeiro longa-metragem de Fabio Meira. As protagonistas, Priscila Bittencourt e Isabela Torres, foram escolhidas após testes com 200 jovens em Goiás e Brasília.
“A Fera na Selva”
[Brasil, 2017]
Um homem e uma mulher se reencontram em uma cidade localizada no interior do estado de São Paulo. Juntos, os dois vivem na constante esperança de presenciar um acontecimento inesperado em algum momento de suas vidas. Livremente inspirado na obra do escritor americano Henry James, o filme é estrelado por Eliane Giardini e Paulo Betti, que também dividem a direção com o cineasta Lauro Escorel.
“Los Niños”
[Chile, 2016]
Um grupo de amigos com síndrome de Down e na faixa dos 50 anos encara um momento de mudança. Depois de quatro décadas frequentando a mesma escola e tendo a mesma rotina, eles sonham em encontrar um trabalho, ter uma vida independente e formar suas próprias famílias. Para isso, terão de enfrentar preconceitos sociais e impedimentos legais. Dirigido pela cineasta chilena Maite Alberdi.
“Pela Janela”
[Brasil/Argentina, 2017]
Rosália é uma operária de 65 anos que dedicou quase toda a sua vida ao trabalho em uma fábrica de reatores na periferia da cidade de São Paulo. Um dia, porém, ela perde o emprego. O consolo para Rosália vem de seu irmão, José, que tem uma ideia: levá-la com ele em uma viagem de carro até Buenos Aires. Estrelado pela atriz Magali Biff, o filme é o primeiro longa-metragem escrito e dirigido pela cineasta Caroline Leone.
“Sinfonia para Ana”
[Sinfonía para Ana, Argentina, 2017]
Dirigido pela dupla de cineastas argentinos Virna Molina e Ernesto Ardito, o filme conta a história de amor entre Ana e Lito, dois estudantes que frequentam um colégio tradicional de Buenos Aires nos meses que antecederam o golpe de Estado de 1976. A tristeza e o contexto político obrigarão Ana, uma jovem de apenas 15 anos, a tomar uma decisão muito importante. Estrelado por Isadora Ardito.
“Vergel”
[Argentina/Brasil, 2017]
Um luto repentino deixa uma mulher à beira da loucura. Em meio a muitos trâmites funerários, calor intenso e uma vizinha que aparece para regar as plantas no terraço, a protagonista já não sabe distinguir o que é real. Estrelado pela atriz brasileira Camila Morgado, o filme foi rodado no verão da cidade de Buenos Aires e é escrito, dirigido e produzido pela cineasta argentina Kris Niklison, de Diletante (2008).