Leia o discurso de Michelle Williams no Globo de Ouro – em português

Depois de defender igualdade salarial no palco do Emmy, a atriz Michelle Williams aproveitou sua vitória no Globo de Ouro para convocar as mulheres americanas a votarem de acordo com seus próprios interesses, citando especificamente a questão do aborto.

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Williams ganhou o prêmio de atriz de minissérie por Fosse/Verdon na cerimônia deste domingo (5). Ela disse ser grata por “viver em um momento em que a escolha existe” e se esforçar para levar uma vida “escrita com sua própria letra”. “Não poderia ter feito isso sem usar o direito da mulher de escolher”, afirmou. “De escolher quando ter meus filhos e com quem, quando me senti apoiada e capaz de equilibrar nossas vidas, sabendo, como todas as mães sabem, que a balança deverá e irá pender para o lado dos nossos filhos.”

A atriz lembrou que as mulheres são o maior grupo votante dos Estados Unidos, que tem eleições presidenciais em 2020. O direito ao aborto, previsto no país, está ameaçado pelo fato de um presidente conservador como Donald Trump apontar juízes também conservadores para a Suprema Corte. “Votem de acordo com seus próprios interesses”, apelou Williams às mulheres. “É o que os homens têm feito há anos.”

Leia o discurso de Michelle Williams na íntegra em português:

“Muito obrigada, primeiro à minha família de Fosse/Verdon e à Hollywood Foreign Press Association. Quando vocês colocam [esse prêmio] nas mãos de alguém, reconhecem as escolhas que esta pessoa fez como ator, momento a momento, cena a cena, dia a dia. Mas reconhecem também as escolhas feitas como pessoa, a educação que buscou, o treinamento que buscou, as horas investidas.

Sou grata pelo reconhecimento das escolhas que fiz, e também sou grata por viver em um momento da nossa sociedade em que a escolha existe. Porque como mulheres e meninas, coisas que não escolhemos podem acontecer com nossos corpos. Fiz o meu melhor para viver uma vida que fosse minha: não apenas uma série de eventos que aconteceram comigo, mas uma vida para a qual eu possa olhar e reconhecer minha própria letra, às vezes bagunçada e rabiscada, às vezes cuidadosa e precisa, mas escrita com minha própria mão.

Não poderia ter feito isso sem usar o direito da mulher de escolher. De escolher quando ter meus filhos e com quem, quando me senti apoiada e capaz de equilibrar nossas vidas, sabendo, como todas as mães sabem, que a balança deverá e irá pender para o lado dos nossos filhos.

Sei que minhas escolhas talvez pareçam diferentes das suas. Mas graças a Deus, ou a quem quer que você reze, vivemos em um país fundado no princípio de que sou livre para viver segundo minha fé e você é livre para viver segundo a sua. Mulheres de 18 a 118 anos, quando for o momento de votar, façam isso de acordo com seus próprios interesses. É o que os homens têm feito há anos, e por isso o mundo se parece tanto com eles. Não se esqueçam: somos o maior grupo votante neste país. Vamos fazer com que ele se pareça mais com a gente. Tommy e Matilda, mal posso esperar para voltar para casa e para vocês.”

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