Vale a pena ler o texto do crítico Richard Brody, da “New Yorker”, sobre o filme “Entourage: Fama e Amizade”. Dirigido por Doug Ellin, o longa é uma versão para o cinema da série de TV sobre um astro do cinema, Vincent Chase, e seus três melhores amigos: Eric, Turtle e Johnny. Foi detonado pela imprensa americana, em grande parte pelo tratamento dado às personagens femininas.
Segundo Brody:
“O quarteto central objetifica grotescamente as mulheres, tratando-as unicamente como alvos de fantasia e desejo […] Aquelas jovens garotas que usam biquíni ou fazem topless enquanto festejam no iate onde a primeira cena acontece – quem são elas? O que fazem para viver? Quais são suas aspirações? Quem as convidou para a festa? E por que elas foram? É isso que uma jovem mulher tem de fazer para ter sucesso em Hollywood? Ir a festas de homens com dinheiro e poder, na esperança de atraírem um deles a ponto de conseguirem um papel ou serem contratadas para um trabalho?
Os homens no centro do filme têm atitudes repulsivas, mas nada sugere que eles sejam violentos ou coercivos. O que eles falam ou fazem para induzir jovens mulheres a fazer sexo com eles? Ou melhor, o que as mulheres ganham com isso? O que as motiva a passar uma noite ou uma manhã ou uma tarde com um tipo como E.? Porque a personagem de Emily Ratajkowski quer ficar com Vince? Pelo negócio? Por uma suposta vantagem? Para satisfazer seus próprios desejos? É o assunto do filme – e o diretor, Doug Ellin (também criador da série de TV), não chega nem perto dele.
[…]
Há versões de ‘Entourage’ a serem feitas por cineastas mulheres (melhores que Ellin, espero), da perspectiva de uma jovem atriz bem-sucedida e suas amigas. Uma história assim seria tão libertina? A abordagem da indústria, dos colegas e do processo de fazer um filme seria diferente? São esses os filmes que eu gostaria de ver.”
Nas bilheterias americanas, “Entourage” decepcionou, estreando em quarto lugar – a liderança, ironicamente, ficou para “Uma Espiã Nada Secreta”, estrelado por Melissa McCarthy. No Brasil, a estreia está prevista para 20 de agosto.
Leia o texto completo de Richard Brody aqui.