Chloé Zhao fez história no Oscar deste ano: reconhecida por seu trabalho em Nomadland, ela foi não apenas a segunda mulher em mais de nove décadas a receber o prêmio de direção, mas também a primeira mulher não branca, a primeira mulher chinesa e a primeira mulher asiática.
Entrevista: “As histórias que contamos não são binárias”, diz Roseanne Liang
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Esta merecida vitória teve enorme impacto simbólico, pois se deu em meio ao aumento dos crimes de ódio tanto nos Estados Unidos quanto em outras partes do mundo. “É animador termos modelos como Chloé Zhao fazendo filmes incríveis e bem-sucedidos”, afirmou a diretora Roseanne Liang, neozelandesa de origem chinesa, em entrevista ao Mulher no Cinema. “O sentimento anti-asiático está se espalhando e precisamos estar na mídia mais do que estivemos até agora. Durante muito tempo fomos a minoria modelo: ‘mantenha a cabeça baixa, não diga nada’. Mas agora precisamos falar. Agora as pessoas precisam aceitar que somos parte da sociedade.”
Para celebrar a vitória de Chloé Zhao no Oscar, bem como o trabalho de outras diretoras e atrizes de origem chinesa, o Mulher no Cinema selecionou quatro longas bem diferentes entre si que você pode assistir nos canais e no streaming do Telecine. Aproveite que os primeiros 30 dias são grátis para novos assinantes, faça seu cadastro e confira as dicas de filmes dirigidos ou estrelados por mulheres:
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“Amor Até as Cinzas”
[Jiang hu er nü, China/França/Japão, 2018]
Nascida em Taiyuan, na China, em 1977, Zhao Tao era professora de dança quando o diretor Jia Zhangke a convidou a atuar em Plataforma (2000). Foi o começo de uma brilhante carreira como atriz, durante a qual ela conquistou plateias do mundo todo. Para se ter uma ideia, Zhao Tao ficou em oitavo lugar na lista de 25 maiores atores do século 21 publicada no ano passado pelo jornal americano The New York Times. Casada com Jia Zhangke, a atriz estrelou vários filmes dele, incluindo Amor Até as Cinzas. Neste longa, interpreta Qiao, jovem que faz um disparo durante uma briga entre gangues para proteger Bin, o mafioso por quem é apaixonada. Depois de cumprir cinco anos de prisão, ela é libertada e sai em busca de Bin.
“A Despedida”
[The Farewell, EUA/China, 2019]
A diretora Lulu Wang nasceu em 1983 em Pequim, na China, e aos seis anos imigrou para os Estados Unidos. Sua carreira deslanchou com o segundo longa, A Despedida, ganhador do Independent Spirit Awards, considerado o Oscar do cinema independente americano. No filme, uma família chinesa esconde da matriarca que ela tem poucos meses de vida, mas organiza um falso casamento para que todos possam se reunir e se despedir dela. A história de fato aconteceu na família da diretora, e o elenco é encabeçado pela atriz chinesa Zhao Shuzhen, que vive a matriarca, e pela atriz americana Awkwafina, que interpreta sua neta. Por este papel, Awkwafina tornou-se a primeira mulher de origem asiática a ganhar um Globo de Ouro de melhor atriz de cinema, seja na categoria de comédia ou drama. Ela é filha de pai chinês e mãe sul-coreana.
“Domando o Destino”
[The Rider, EUA, 2017]
A atriz Frances McDormand conheceu o trabalho de Chloé Zhao quando assistiu a Domando o Destino, segundo longa-metragem da diretora, durante o Festival de Cinema de Toronto. De tão impressionada, McDormand decidiu convidar Zhao a dirigir um filme no qual estava envolvida como produtora. Este filme era Nomadland, que acabou rendendo dois Oscars para cada uma delas. Nascida em Pequim em 1982, Zhao se mudou na adolescência para a Inglaterra e depois para os Estados Unidos, onde estudou cinema e desenvolveu a carreira como roteirista e diretora. Em Domando o Destino ela conta a história de um jovem cowboy que, após sofrer um acidente quase fatal, tem de abandonar os rodeios e buscar um novo propósito.
“Uma Sombra na Nuvem”
[Shadow in the Cloud, Nova Zelândia/EUA, 2020]
A diretora Roseanne Liang nasceu na Nova Zelândia, filha de pais que imigraram de Hong Kong. Formada em cinema pela Universidade de Auckland, ela é uma das fundadoras do Pan-Asian Screen Collective (PASC), organização de apoio a profissionais descendentes de asiáticos que trabalham no audiovisual da Nova Zelândia. Fã de cinema de gênero, ela recentemente lançou Uma Sombra na Nuvem, seu primeiro longa-metragem em Hollywood. Combinando ação, guerra e terror, o filme tem Chloë Grace Moretz no papel de uma piloto que embarca em um B-17 das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No avião, ela tem de lidar com o machismo dos tripulantes homens, proteger um pacote ultrassecreto e enfrentar uma criatura maligna. Inédito nos cinemas brasileiros, Uma Sombra na Nuvem estreou com exclusividade no Telecine. Roseanne Liang falou ao Mulher no Cinema sobre os bastidores do filme. Assista:
* Este conteúdo foi produzido pelo Mulher no Cinema e patrocinado pelo Telecine