“Como mulheres, e como mulheres negras, sempre nos dizem o que ‘precisamos fazer’. Como precisamos nos comportar, o que devemos vestir, o que é tido como excessivo ou insuficiente, o que a sociedade considera apropriado para nós e nossas vidas. Estou aprendendo que as perguntas mais importantes que você pode fazer a si mesma é: ‘O que eu quero fazer?’ e ‘Quem eu quero me tornar?’
A chance de atuar [na peça] Eclipsed após ganhar um Oscar era uma oportunidade de dividir a incrível e muito rara liberdade de interpretar uma mulher africana bem desenvolvida […] Tantas vezes as mulheres negras são relegadas a tipos: a coadjuvante, a melhor amiga, a nobre selvagem, a palhaça. Estamos confinadas a personagens simples, simbólicos e periféricos […]
É claro que não tenho nada contra interpretar protagonistas. Não quero ser excessivamente cautelosa: quero correr riscos, provar histórias que me animam e assustam. Recentemente decidi participar de forma mais completa no desenvolvimento dos personagens que escolher fazer no futuro, em parte por causa do debate que a indústria está tendo sobre a mulher e sobre representação cultural e racial. Há projetos sobre os quais não vejo a hora de falar. Mas nesse momento estou no palco, noite após noite, com quatro atrizes incríveis, contando uma história poderosa sobre mulheres que quase nunca são mostradas de forma complexa.”
– Lupita Nyong’o, atriz, em texto para a newsletter Lenny no qual fala sobre o motivo de, depois de ganhar o Oscar, ter decidido participar de uma peça considerada “pequena”