A atriz Monica Vitti, ícone do cinema italiano e conhecida principalmente pelos filmes em parceria com Michelangelo Antonioni, morreu aos 90 anos. A morte da artista foi anunciada nesta quarta-feira (2), pelo ex-ministro da Cultura da Itália, Walter Veltroni, em nome do marido dela, o fotógrafo Roberto Russo.
Em comunicado, o atual ministro, Dario Franceschini, chamou Vitti de “rainha do cinema italiano”. “Hoje é um dia realmente triste, no qual perdemos uma grande artista e uma grande italiana”, afirmou.
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Nascida em Roma em 3 de novembro de 1931, Vitti na verdade se chamava Maria Luisa Ceciarelli. Formada na Academia Nacional de Artes Dramáticas de Roma, ela começou a carreira nos anos 1950, primeiro nos palcos e depois no cinema. O estrelato viria em 1960, com A Aventura, o primeiro de vários filmes celebrados que fez em parceria com Antonioni, e que também incluem A Noite (1961), O Eclipse (1962) e O Deserto Vermelho (1964).
Mais tarde, a atriz passou a fazer principalmente papéis cômicos, atuando por diversas vezes com o ator Alberto Sordi (1920-2003), em filmes como Polvere di Stelle (1974). Ela também trabalhou com outros diretores importantes, como Mario Monicelli em A Garota da Pistola (1968), Luis Buñuel em O Fantasma da Liberdade (1974) e Ettore Scola em Ciume à Italiana (1970), entre outros.
Em sua carreira, ganhou cinco vezes o prêmio David di Donatello, considerado a versão italiana do Oscar, além de um Leão de Ouro especial do Festival de Veneza pelo conjunto de sua obra.
Vitti também fez dois trabalhos como diretora: o telefilme La fuggiDiva (1983) e o longa-metragem Scandalo Segreto (1990), ambos roteirizados e estrelados por ela. Desde o início dos anos 2000, ela não fazia aparições públicas, e seu último trabalho como atriz foi Ma tu mi vuoi bene?, em 1992.