Setenta e sete filmes de 34 países estão na programação da 29ª edição do É Tudo Verdade, o principal festival de documentários realizado no Brasil. Neste ano, o evento ocorre de 3 a 14 de abril em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), com entrada gratuita em todas as sessões.
Dicas: Cineastas recomendam documentários nacionais dirigidos por mulheres
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Longas dirigidos por mulheres foram escolhidos para a abertura do festival nas duas cidades: no Rio, será Um Filme para Beatrice, de Helena Solberg; e em São Paulo, O Competidor, de Clair Titley. Além disso, Luiz Melodia – No Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan, encerrará o evento em ambos os locais.
Além das sessões presenciais, também será possível ver nove títulos selecionados para a competição brasileira de curtas-metragens na Itaú Cultural Play, a plataforma de streaming gratuita do Itaú Cultural. Os filmes estarão disponíveis a espectadores de todo o Brasil entre 15 a 30 de abril.
Abaixo, o Mulher no Cinema selecionou dez títulos dirigidos por mulheres que estão entre os destaques do É Tudo Verdade. Para consultar dias, horários e locais de exibição, acesse o site do festival.
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“Adeus Tiberíade”
[Bye Bye Tibériade, França/Palestina/Bélgica/Catar, 2023]
Trinta anos atrás, Hiam Abbass deixou para trás sua família e sua vila natal na Palestina em busca do sonho de ser atriz. Agora, ela volta à vila junto com sua filha, Lina Soualem, diretora do documentário.
“O Competidor”
[The Contestant, Reino Unido, 2023]
A cineasta Clair Titley conta a história real de Tomoaki Hamatsu, famoso por ter participado de um reality show no Japão no final dos anos 1990. Durante mais de um ano, ele ficou preso em um pequeno quarto, nu, faminto e sozinho, sem saber que sua vida estava sendo transmitida a milhões de espectadores.
“Copa de 71”
[Copa 71, Reino Unido, 2023]
O documentário de Rachel Ramsay e James Erskine conta a história da Copa do Mundo de Futebol Feminino, realizada em 1971. O evento não oficial, organizado sem o apoio da FIFA ou das associações nacionais de futebol, foi sucesso de público, mas apagado da história do esporte.
“Corpo”
[Telo, Eslovênia/Macedônia do Norte/Croácia, 2023]
Filmado ao longo de 20 anos, o documentário de Petra Seliškar retrata a vida de uma mulher que luta contra uma série de doenças autoimunes raras. Esta mulher é Urška Ristić, amiga da diretora desde a adolescência, e que recebeu o diagnóstico de vasculite aos 28 anos.
“Diários da Caixa Preta”
[Black Box Diaries, EUA/Reino Unido, 2024]
A diretora Shiori Ito retrata sua própria história de abuso sexual para tentar levar seu agressor – o jornalista Noriyuki Yamaguchi, que nega as acusações – à Justiça. Conforme o caso ganha repercussão, levanta discussões sobre problemas estruturais nas leis e na sociedade japonesa.
“Fernanda Young – Foge-me ao Controle”
[Brasil, 2024]
A trajetória da escritora, roteirista e apresentadora Fernanda Young (1970-2019) é apresentada pela diretora Susanna Lira em um documentário que, segundo a sinopse oficial, utiliza “colagens disruptivas de arquivo, paisagens visuais e sonoras de momentos íntimos”. Assista ao trailer:
“Um Filme para Beatrice”
[Brasil, 2024]
Helena Solberg é uma das mais importantes diretoras do Brasil, autora de filmes como A Entrevista (1966), Simplesmente Jenny (1977), Carmem Miranda: Bananas Is My Business (1995) e Vida de Menina (2004). Neste trabalho mais recente, ela revê sua obra e filma novas conversas para tentar responder à pergunta de uma jornalista italiana: “como vão as mulheres no Brasil?”.
“Mamãe Suriname – Mama Sranan”
[Moeder Suriname – Mama Sranan, Holanda, 2023]
A diretora Tessa Leuwsha retrata a vida de mulheres surinamesas – uma delas, sua própria avó, que trabalhava como lavadeira – a partir de música, narração e imagens de arquivo colorizadas.
“Nurith Aviv – Mulher Com Uma Câmera”
[Nurith Aviv – Isha Im Matzlema, Israel, 2023]
O documentário de Zohar Behrendt conta a história da cineasta e diretora de fotografia franco-israelense Nurith Aviv, que trabalhou com cineastas como Agnès Varda (1928-2019), Réné Allio (1924-1995) e Amos Gitai.
“As Placas são Invisíveis”
[Brasil, 2024]
Num momento de ebulição da luta pró-cotas, cinco jovens mulheres contam como é ser uma estudante negra na Universidade de São Paulo (USP). Dirigido por Gabrielle Ferreira.