Del Toro fala sobre as mulheres do filme “A Colina Escarlate”

O diretor mexicano Guillermo del Toro aumentou consideravelmente as expectativas por seu novo filme, “A Colina Escarlate”, durante sua passagem pela Comic-Con. No evento, contou que o longa tenta “liberar” os papéis definidos a homens e mulheres no que chamou de “secreta guerra de gêneros”.

O terror, que estreia em novembro no Brasil, conta a história de Edith (Mia Wasikowska), aspirante a escritora marcada por uma tragédia familiar. A relação com um homem misterioso a leva a uma estranha casa no alto da montanha.

Em entrevista à revista “Time”, Del Toro falou sobre a personagem:

“Ela quer ser escritora, quer ser levada à sério como escritora, se recusa a se apaixonar e se apaixona de um jeito diferente. Era importante para mim não transformar a história de amor no romance típico no qual tudo termina em casamento, no qual o casamento é a grande benção. No filme o casamento na verdade é o portão para uma descoberta muito dolorosa e para o horror. Ao mesmo tempo, é um momento em que alguns personagens realmente começam a se apaixonar sem ideais românticos. É uma virada legal na história.

Geralmente você termina filmes assim com a garota sendo salva pelo homem. Mas esse filme entende que você pode gostar dos personagens mesmo que eles sejam sombrios, e acho que Edith se torna mais poderosa na jornada do filme.”

Ele também falou sobre Lucille, a vilã vivida por Jessica Chastain:

“[Lucille] é um ponto de vista diferentes sobre o que é ser mulher naquele tempo [o filme é ambientado em 1901]. Ela é mais século 19, mais possessiva e subserviente. Ao mesmo tempo, vê o amor como algo mais sombrio. São meio que dois pontos de vista que se confrontam metafórica e fisicamente.”

Jessica Chastain em 'A Colina Escarlate'
Jessica Chastain em ‘A Colina Escarlate’

A “Time” ainda pediu que o diretor elaborasse um outro comentário feito na Comic-Con: que ter filhas mulheres o ajudou a escrever bons personagens femininos. Del Toro respondeu:

“Não poderia ter feito ‘O Labirinto do Fauno’ se não tivesse minhas filhas, primeiro porque entendo o poder que elas têm, mas também por ver que, em uma certa idade, elas são forçadas a assumir certos papéis para que a sociedade as aprove. Elas têm de ser femininas, quietas, isso e aquilo. Queria escrever uma história sobre uma garota no exato momento em que ela descobre que é muito mais do que aquilo.”

E completou:

“Simplesmente me sinto muito mais confortável quando escrevo uma personagem feminina que é forte. Sinto que tenho de fazer isso como contador de histórias, porque as mulheres da minha vida são tão fortes. [Se não o fizesse] não estaria representando o que é a minha vida.”

Leia a entrevista completa aqui


Veja o trailer de “A Colina Escarlate”:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=c2SbrLVGORM&w=560&h=315]

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