Mulheres dirigiram 17% dos filmes europeus entre 2003 e 2017, diz estudo

Mulheres dirigiram 17% dos filmes produzidos e lançados nos cinemas da Europa entre 2003 e 2017, apontou um novo estudo do Observatório Europeu do Audiovisual. A porcentagem se refere a títulos exclusivamente realizados por mulheres, sem codireções, e representa 3.618 longas.

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O estudo mostrou que o número de longas-metragens europeus dirigidos por mulheres lançados em 2017 (357) foi mais que o triplo de 2003 (118). No entanto, é preciso considerar que o volume geral de produção de filmes (dirigidos por homens e por mulheres) aumentou.

Em 2017, 19% dos filmes europeus lançados nos cinemas foram dirigidos por mulheres, contra 15% registrados em  2003. Segundo a pesquisa, esse lento crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento no número de documentários. Este ainda é o gênero com maior prevalência de diretoras: em média, 25% dos documentários foram dirigidos por mulheres, em comparação a 15% dos filmes de ficção e 11% de animação.

A França é o país com o maior número de filmes de diretoras, representando 18% de todos os longas dirigidos por mulheres na Europa. No entanto, a porcentagem de filmes de diretoras no número total de filmes produzidos por país é maior na Holanda e na Suécia.

O estudo também constatou que os filmes dirigidos por mulheres representaram apenas 8% das bilheterias europeias entre 2003 e 2017. De acordo com o relatório, uma possível explicação está no fato de as mulheres serem mais frequentemente contratadas em produções menores e com distribuição limitada, e não nos filmes de maior orçamento que são lançados em vários lugares.

Veja os filmes de maior bilheteria na Europa que foram dirigidos exclusivamente por mulheres no período:

1º – Bridget Jones: No Limite da Razão (2004), de Beeban Kidron
2º – O Bebê de Bridget Jones (2016), de Sharon Maguire
3º – A Dama de Ferro (2011), de Phyllida Lloyd
4º – Nanny McPhee e as Lições Mágicas (2010), de Susanna White
5º – Rindo à Toa (2008), de Lisa Azuelos
6º – Você é Tão Bonito (2005), de Isabelle Mergault
7º – Um Dia (2011), de Lone Scherfig
8º – Coco antes de Chanel (2009), de Anne Fontaine
9º – Ivan Tsarevich e o Lobo Cinzento 3 (2016), de Darina Shmidt
10º – Amor e Ódio (2010), de Rose Bosch


Letícia Mendes é jornalista e mestranda em estudos sobre as mulheres

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