Estudo mostra desigualdade no cinema da Argentina

Mulheres representaram apenas 10% dos diretores dos filmes de maior bilheteria entre 2010 e 2013 na Argentina. Esta é uma das conclusões de uma pesquisa realizada por Bárbara Duhau e Taluana Wenceslau, da organização Un Pastiche.

A pesquisa (intitulada Representaciones de Género en el Cine Argentino: un análisis de los personajes femeninos en las películas argentinas más vistas) seguiu os moldes do relatório Gender Bias Without Borders, realizado pelo Instituto Geena Davis. Foram analisados os 10 filmes campeões de bilheteria e aptos para menores de 13 anos que estrearam entre janeiro de 2010 e maio de 2013 nas salas de cinema da Argentina.

Além do baixo percentual de diretoras, mulheres representaram apenas 22% dos roteiristas e 19,6% dos produtores. Em outras palavras, por trás das câmeras há uma mulher para cada 4,3 homens. A situação se repete em frente às câmeras: do total de 294 personagens com fala ou nome nos filmes analisados, 37,4% são femininos e 62,6%, masculinos.

Outros dados da pesquisa:

  • Mulheres protagonizaram ou coprotagonizaram 30,7% dos filmes analisados.
  • 14% das personagens femininas recebem comentários sobre sua aparência, contra 2% dos masculinos.
  • Apesar de as mulheres representarem cerca de 41% da força de trabalho argentina, no cinema elas são menos de um quarto dos personagens que aparecem trabalhando.
  • Personagens femininas têm duas vezes mais chances de serem mostradas cuidando dos filhos.
  • Somente 1% dos personagens femininos e 2,35% dos masculinos são caracterizados como homossexuais. Nenhum é caracterizado como bisexual e apenas um filme tem uma mulher trans – interpretada por um ator homem.

Os dados completos da pesquisa podem ser vistos aqui.

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