Quem é Mariette Rissenbeek, a nova diretora executiva da Berlinale?

Após 17 anos sob o comando do jornalista e crítico de cinema alemão Dieter Kosslick, a partir de 2020 o Festival Internacional de Cinema de Berlim será dirigido pela holandesa Mariette Rissenbeek. Ela será a primeira mulher responsável por um evento de cinema europeu do porte de Berlim, Cannes e Veneza.

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Rissenbeek vai atuar como diretora executiva, enquanto a direção artística será do jornalista italiano Carlo Chatrian (foto), que coordena o Festival de Locarno desde 2013. Segundo nota oficial, a ideia é que a nova diretoria foque num tom politizado para o festival e mantenha uma ambiciosa seleção de filmes.

Mas quem é Mariette Rissenbeek, a nova diretora-executiva da Berlinale?

Rissenbeek nasceu em Posterholt, na Holanda, em 1956, mudou-se para a Alemanha em 1979, quando tinha 23 anos, e logo começou a trabalhar com cinema. Atualmente, é diretora geral da German Films, que promove e distribui internacionalmente filmes alemães. Ela também já trabalhou como produtora e na área de aquisição de filmes. “Ela tem muitos anos de experiência trabalhando com todos os importantes festivais de cinema do mundo e tem uma extensa rede de contatos nacionais e internacionais na indústria cinematográfica”, diz o comunicado.

Em 2017, 79 diretores alemães, incluindo Maren Ade (Toni Erdmann), Fatih Akin (Uma Mulher Não Chora), Christian Petzold (Bárbara) e Sebastian Schipper (Victoria), assinaram uma carta aberta pedindo um “novo começo” e “mais transparência”. Críticos disseram que Kosslick se fechou para novas direções no cinema internacional e permitiu ue a Berlinale se tornasse muito “pesada”, com mais de 400 filmes exibidos por ano.

Ao ser questionada pelo site Deadline, em junho do ano passado, sobre o que sente por ser a primeira mulher a conquistar esse título de diretora, Rissenbeek disse: “Devo admitir que fui criada por meu pai e ele não fazia distinção entre seus filhos e filhas. Nunca houve menos oportunidades para mim. Foi só mais tarde que percebi que as pessoas tinham chances diferentes em suas carreiras sendo mulheres. Vejo que há muito poucas mulheres nesses tipos de papéis, então sim, estou muito orgulhosa disso.”


Letícia Mendes é jornalista e mestranda em estudos sobre as mulheres.

Foto: Tobias Schwarz

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