Hildur Guðnadóttir é primeira mulher a vencer Oscar de trilha sonora desde 1997

A islandesa Hildur Guðnadóttir tornou-se a quarta mulher na história a ganhar o Oscar em categorias de trilha sonora. A compositora foi premiada neste domingo (9) pelo trabalho em Coringa, de Todd Phillips, e terminou seu discurso dizendo: “Às meninas, às mulheres, às mães, às filhas que escutam música dentro de si, por favor, falem alto. Precisamos ouvir a voz de vocês.”

Leia também: As vitórias mais marcantes para as mulheres no Oscar 2020
Oscar 2020: Veja a lista completa com todas as mulheres premiadas
Apoie: Colabore com o Mulher no Cinema e acesse conteúdo exclusivo

Esta é a primeira vez que uma mulher ganha um prêmio de trilha sonora desde 1997, quando a compositora Anne Dudley ganhou com Ou Tudo Ou Nada. As outras vencedoras foram Rachel Portman por Emma e Marilyn Bergman por Yentl (em parceria com Alan Bergman e Michael Legrand). No entanto,  a categoria mudou de nome, regras e características várias vezes: Bergman ganhou como Melhor Canção Original ou Trilha Adaptada, enquanto Dudley e Portman ganharam em Melhor Trilha Musical ou de Comédia. Assim, Hildur é a primeira a ganhar na categoria no nome e formato que ela tem hoje.

Além de única mulher indicada neste ano, Hildur também era a única concorrente ao prêmio a disputar o Oscar pela primeira vez. Ao seu lado estavam John Williams (52 indicações), Randy Newman (22), Thomas Newman (15) e Alexander Desplat (11).

Hildur nasceu em 1982 em Reykjavik, em uma família de músicos. Ela começou a tocar violoncelo aos cinco anos e aos 10 já estava se apresentando ao lado de sua mãe. Mais tarde, Hildur entrou para a Academia Musical de Reykjavik e também estudou composição e novas mídias na Academia de Artes da Islândia e na Universidade de Artes de Berlim, na Alemanha.

A violoncelista lançou quatro discos solo – Mount A (2006), Without Sinking (2009), Leyfðu Ljósinu (2012) e Saman (2014) – e gravou e/ou tocou com artistas como Skúli Sverrisson, Jóhann Jóhannsson, múm, Pan Sonic, Wildbirds & Peacedrums, David Sylvian, The Knife, Fever Ray e Throbbing Gristle. Também fez trabalhos para a Orquestra Sinfônica da Islândia, a galeria Tate Modern e a Orquestra Real da Suíça, entre outras instituições.

Hildur começou a compor para o cinema em 2007, com o curta alemão The Gift. Em Hollywood, trabalhou em projetos bem diferentes entre si, como o documentário Strong Island (2007), o épico Maria Madalena (2018) e a ação Sicário: Dia do Soldado (2018). Mas foram dois projetos de 2019 que fizeram com que ela chamasse a atenção dos críticos, das premiações e do público.

O primeiro foi a série Chernobyl, produzida pela HBO, que fez dela a segunda mulher a ganhar o Emmy de trilha sonora. O outro trabalho de destaque foi Coringa, pelo qual ganhou o Bafta, conhecido como o Oscar do cinema britânico, e tornou-se a primeira mulher a vencer sozinha o Globo de Ouro de trilha sonora.

As vitórias da islandesa são especialmente significativas dados os obstáculos que as compositoras enfrentam em Hollywood. De acordo com da San Diego State University, mulheres representaram apenas 6% dos compositores nos 250 filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos em 2019.

Top