10 filmes de diretoras para ver no Olhar de Cinema

Começa nesta quarta-feira (5) a oitava edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que leva filmes nacionais e estrangeiros, oficinas e seminários à capital do Paraná até o dia 13 de junho.

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A edição deste ano dá destaque a várias diretoras, a começar pela chilena Camila José Donoso, que receberá homenagem e virá ao Brasil para o festival. O Olhar de Cinema vai exibir todos os longas da cineasta, uma seleção de curtas e também obras de outros artistas que influenciaram sua carreira.

Outra homenagem será feita à americana Barbara Hammer, que morreu este ano. Dois de seus filmes mais conhecidos, Dyketactics (1974) e Força Dupla (1978), serão exibidos num programa com Vever para Barbara (2019), de Deborah Stratman, e com os curtas brasileiros Boca de Loba (2018), de Barbara Cabeça, Latifúndio (2017), de Érica Sarmet, e X-Manas (2017) de Clarissa Ribeiro.

Além destes destaques, Mulher no Cinema separou dez longas-metragens dirigidos por mulheres que estão na programação. Confira os dias e horários de exibição no site do festival.


“Casa” – [Brasil, 2019]
A diretora Letícia Simões faz uma “árvore genealógica fílmica” pautada pela relação com sua mãe. O filme cruza histórias, cartas, testemunhos, entrevistas e arquivos imagéticos para entender a complexidade da incidência do tempo sobre as memórias, os corpos e as relações pessoais.


“Chão” – [Brasil, 2019]
O documentário da diretora Camila Freitas acompanha o cotidiano de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Goiás. A urgência do tema, com a iminente criminalização do movimento e suas lideranças, contrasta com o tempo distendido do filme, rodado ao longo de quatro anos.


“Conhecendo o Grande e Vasto Mundo” – [Poznavaya Belyy Svet, União Soviética, 1978]
O primeiro filme em cores da diretora Kira Muratova (1934-2018) mostra um grupo de excêntricos que se junta para construir uma fábrica de tratores em um canteiro de obras rural. Dentre eles, destaque para Lyuba, uma oradora nata que vive um triângulo amoroso com Kolya e Misha.


“De Novo Outra Vez” – [De Nuevo Otra Vez, Argentina, 2018]
A atriz e escritora argentina Romina Paula estreia na direção com este misto de documentário e ficção do qual também é a protagonista. O filme retrata um momento de mudança na vida de Romina, que se separa do marido e volta à casa da mãe em Buenos Aires, acompanhada do filho de quatro anos.


“Diz a Ela que me Viu Chorar” – [Brasil, 2019]
O documentário de Maíra Bühler retrata o cotidiano de pessoas que participam de um programa de “redução de danos” do vício em crack em São Paulo. O filme ganhou o prêmio The Library no Cinéma du Réel, festival internacional de documentários realizado em Paris, na França.


“Espero Tua (Re)volta” – [Brasil, 2019]
O documentário da diretora Eliza Capai conta a história de três jovens que participaram das ocupações nas escolas de São Paulo em 2015. Exibido na Mostra Geração 14+ do Festival de Berlim, ganhou o Prêmio da Anistia Internacional, dado ao filme que melhor aborda questões relacionadas aos Direitos Humanos, e o Prêmio da Paz, que reconhece longas com mensagem de paz.


“Filhas do Pó” – [Daughters of the Dust, Reino Unido/EUA, 1991]
Ambientado em 1902, conta a história de três gerações de mulheres que fazem parte de uma comunidade Gullah (descendentes de escravos africanos nas ilhas marítimas da Carolina do Sul e da Geórgia). O longa de Julie Dash foi o primeiro dirigido por uma mulher negra americana a ser distribuído nos cinemas dos Estados Unidos.


“Ilha” – [Brasil, 2018]
Emerson, um jovem da periferia, quer fazer um filme que conte a sua história na Ilha, lugar de onde os nativos nunca conseguem sair. Para conseguir, toma uma decisão: vai sequestrar Henrique, um premiado cineasta. Segundo longa-metragem dos cineastas Glenda Nicácio e Ary Rosa, a dupla responsável por Café com Canela.


“A Mulher de Luz Própria” – [Brasil, 2019]
Um documentário sobre um nome fundamental do cinema brasileiro: a atriz e diretora Helena Ignez. Dirigido por Sinai Sganzerla, filha de Helena, o filme conta a trajetória da artista ao mesmo tempo que fala sobre a importância e as dificuldades das mulheres no audiovisual.


“Os Renegados” – [Sans toit ni loi, França, 1985]
Durante um rigoroso inverno, o corpo de uma jovem é encontrado congelado em um fosso no sul da França. Por meio de flashbacks e entrevistas, o filme revela os eventos que levaram à trágica morte da garota. Ganhador do Leão de Ouro no Festival de Veneza. Dirigido por Agnès Varda (1928-2019).


Luísa Pécora é jornalista, criadora e editora do Mulher no Cinema

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