Conheça Tatiana S. Riegel, única mulher indicada ao Oscar 2018 de edição

Aquecendo os motores para o Oscar 2018, que ocorre em 4 de março, Mulher no Cinema vai publicar, diariamente, um breve perfil de todas as profissionais femininas indicadas em cada uma das categorias.

Leia também: 45 filmes editados por mulheres que você precisa assistir
Oscar 2018: Veja a lista com todas as mulheres indicadas ao prêmio deste ano
Saiba mais: Conheça sete mulheres que já fizeram história no Oscar 2018

Já falamos sobre as mulheres que disputam melhor filmeatriz, atriz coadjuvantedireçãoroteiro adaptadoroteiro original e direção de fotografia. A categoria de hoje é edição: e, como no ano passado, em 2018 há apenas uma mulher entre os seis indivíduos indicados ao prêmio. Saiba mais sobre ela:


Tatiana S. Riegel, por Eu, Tonya
Concorrendo ao Oscar pela primeira vez, a montadora americana tem dois irmãos que também trabalham na indústria do entretenimento: a atriz Eden Riegel e o dublador e roteirista Sam Riegel. Antes deles, porém, ninguém da família trabalhava em Hollywood. Riegel cresceu em Los Angeles e, fã de cinema, costumava acompanhar as filmagens que aconteciam na cidade. Fez faculdade de Ciências Políticas, mas após a conclusão do curso decidiu que queria se dedicar aos filmes.

Com especial interesse pela pós-produção, Riegel começou a ligar para conhecidos de seus familiares em busca de uma oportunidade. Conseguiu um trabalho não-remunerado como aprendiz de edição em Juventude Assassina (1986), de Tim Hunter, tendo sido contratada pela primeira assistente de edição, Charlotte Brandstrom, que hoje trabalha como diretora.

Riegel continuou fazendo vários trabalhos como aprendiz e assistente até receber seu primeiro crédito como editora de longa-metragem em Denial (1990), de Erin Dignam, que montou em parceria com Gillian L. Hutshing e Timothy Mozer. Mesmo depois de já estar editando seus próprios trabalhos, Riegel voltou ao cargo de assistente para aprender com Sally Menke (1953-2010), importante montadora que teve longa parceria com o diretor Quentin Tarantino. Riegel foi assistente de edição de Menke em Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) e editora associada em Jackie Brown (1997).

Cena do filme “Eu, Tonya”

Depois de trabalhar em séries como American Dream (2002-2005) e House (2005), Riegel fez a edição de A Garota Ideal (2007), primeira de seis colaborações com o diretor Craig Gillespie. Os dois trabalharam juntos no piloto de United States of Tara (2009) e nos longas A Hora do Espanto (2011), Arremesso de Ouro (2014), Horas Decisivas (2016) e Eu, Tonya (2016), pelo qual concorre ao Oscar. O filme é inspirado na história da ex-patinadora artística americana Tonya Harding, banida do esporte após se envolver em um escândalo: em 1994, seu ex-marido e seu segurança contrataram um homem para machucar sua principal competidora, a também americana Nancy Kerringan. Em entrevista ao site Deadline, Riegel afirmou que o grande desafio da edição foi captar as várias mudanças de tom do texto escrito por Steven Rogers:

“O roteiro era fascinante, com personagens cheios de dimensões e uma incrível dança de tom, que passa do sério e trágico para a comédia ridícula e absurda. O mais difícil foi manter o tom apropriado ao longo [do filme]. Você está lidando com um assunto muito sério e com pessoas em situações difíceis e vulneráveis, então não quer faltar com o respeito ao fazer isso, estando tão perto dos momentos absurdos e engraçados que são inerentes à história.”

Abaixo, assista a uma entrevista (em inglês) de Riegel sobre sua carreira e o trabalho em Eu, Tonya:

https://www.youtube.com/watch?v=XfSwp7STl3U


Luísa Pécora é jornalista, criadora e editora do Mulher no Cinema – fotos: Getty Images

* Até 4 de março, Mulher no Cinema publica perfis de todas as mulheres indicadas ao Oscar 2018. A cada dia é publicado um texto sobre uma categoria diferente. Acompanhe a série completa aqui.

Deixe um comentário

Top