A mulher madura no cinema atual: representações do corpo, erotismo e sexo

*** Aviso: O texto abaixo discute em detalhe os filmes Em Direção ao Sul (2005), de Laurent Cantet, e Boa Sorte, Leo Grande (2022), de Sophie Hyde. Nos dois casos, a autora analisa aspectos importantes da trama, inclusive o desfecho da história e o destino dado às personagens.

*

O cinema, sobretudo aquele que atende a uma demanda comercial, tem a capacidade de legitimar diferentes tipos de corpos a certos gêneros de personagens. E ele o faz, sobretudo, com o corpo feminino, criando personagens estereotipados, derivados de alguns arquétipos femininos como a mãe dedicada e a femme fatale, entre muitos outros. Existem corpos específicos para papéis específicos, e o corpo da atriz serve de receptáculo para as personagens que representa, tendo, na idade, um limite instransponível. Esse limite atinge todos os tipos de atrizes, das mais ou menos premiadas, e sobretudo, as que ancoram a carreira em personagens que evidenciam a sexualidade.     

Ao entrar em certo intervalo etário as atrizes deixam de interpretar as protagonistas ou o par amoroso do protagonista, sendo conduzidas a papéis de segundo plano, geralmente desexualizados. Elas passam a interpretar mães, tias e avós, em um movimento silencioso rumo à aposentadoria e ao desaparecimento da vida pública; ou começam a interpretar bruxas e vilãs, encarnando diferentes estereótipos negativos sobre o envelhecimento feminino.

A respeito do envelhecimento, esse sistema de mercantilização define as características do que é desejável. A criação do “envelhecimento ativo” e da “terceira idade” e de suas atribuições sobre o corpo ideal e formas de viver essa fase recebem nomes dos mais diversos, como “melhor idade”, “velhice ativa”, “envelhecer com saúde”. Estes e outros conceitos são tentativas de homogeneizar as diferentes experiências do envelhecer.

No contemporâneo, vivenciamos uma certa dicotomia nas representações sobre o envelhecimento nas artes, na moda, na publicidade e na produção audiovisual. De um lado, representações do envelhecimento que reforçam uma aversão ao próprio envelhecimento e rejeitam as marcações do tempo nos corpos e nas relações entre eles. Idosos ativos, aproveitando a ‘melhor idade’, com rostos de aparência jovial e a força do movimento ‘anti-aging’, com medicamentos, cosméticos e formulas para minimizar ao máximo os efeitos de uma suposta decadência física atrelada à idade (sobretudo a do corpo feminino, capital econômico e simbólico diante do masculino); de outro, apenas a representação negativa, que relaciona o envelhecimento à finitude, um estado de perda tanto física, quanto psíquica, econômica e social.

Essas representações atingem as atrizes ainda na faixa dos 40 anos. Ao atravessar esse marco etário, muitas atrizes começam a se dar conta do declínio de sua carreira e da alta rotatividade do mundo do entretenimento. A atriz Meryl Streep, por exemplo, com uma sólida e reconhecida carreira no cinema industrial, afirmou em entrevista ao programa The Graham Norton Show que, no ano em que completou 40 anos, lhe ofereceram três papéis de bruxa em diferentes produções, o que ela considerou um claro recado da indústria cinematográfica.

Entretanto, seguindo a lógica mercantilista, a partir dos anos 2000 as atrizes acima de cinquenta anos começaram a ganhar mais espaço em filmes de ficção dos mais diversos gêneros. Discorrendo sobre esse fenômeno, a jornalista britânica Cherry Potter, do The Guardian, criou o subgênero “Older Bird Chick Flick” (“Filmes de garotas mais velhas” em tradução livre) para falar sobre filmes com temas considerados femininos, feitos para uma audiência feminina de mulheres mais velhas. Em seu artigo escrito em 2004, Potter afirma que tanto o cinema quanto a TV descobriram que as mulheres com mais de 50 anos não perdem o fascínio nem o desejo sexual, e apontou uma tendência recente para dramas e comédias sobre o despertar sexual de mulheres de meia-idade, fazendo uma pergunta importante: Por que esses filmes estão sendo realizados agora?

Imagem do filme Em Direção ao Sul, de Laurent Cantet – Foto: Divulgação

Uma das hipóteses está calcada no aumento da expectativa de vida. Com avanços tecnológicos e da medicina, estamos vivendo mais e mais ativamente. Uma parcela da população que estava fora do mercado consumidor atua ainda, e por mais tempo, como cliente da indústria do entretenimento. Hollywood já entendeu o potencial desses filmes como um interessante nicho de mercado. Além de usar os atores mais velhos, a indústria hollywoodiana também “ressuscita” estrelas que já haviam saído dos holofotes, obedecendo a antiga lógica de mercado, criando novos filmes para franquias de sucesso e atraindo seus fiéis fãs de volta às salas de cinema, ou, na realidade pós pandêmica, às suas plataformas de streaming.

Charlotte Rampling, Karen Young e Emma Thompson, atrizes protagonistas dos filmes analisados nesse artigo, possuem sólidas carreiras na indústria, alternando entre grandes produções e filmes mais independentes, como é o caso de Em Direção ao Sul (2005) e Boa Sorte, Leo Grande (2022). Nestes filmes suas personagens trazem questões ligadas, sobretudo, à sexualidade. Como continuar a sentir desejo em uma idade em que, culturalmente, as mulheres não têm mais esse direito? O senso comum, calcado por um discurso biologista do corpo, afirma que a menopausa é um fator incontornável que regula a vida sexual das mulheres acima dos 50 anos, já que ela explicita uma falta de utilidade quando marca o fim da fecundidade e alterações importantes no corpo. Entretanto, contrariando essa afirmação, as personagens continuam sentindo desejo sexual e a narrativa dos filmes é toda construída em busca da satisfação desse desejo.

Em Direção ao Sul, dirigido por Laurent Cantet, é baseado no romance homônimo do escritor haitiano Dany Laferrière.  O filme se passa no Haiti no final dos anos 1970, sob a ditadura de Baby Doc (1951-2014). Em uma praia nos subúrbios de Porto Príncipe, um hotel recebe mulheres estrangeiras, maduras, que viajam em busca de afeto e sexo. Entre elas, a cínica Ellen (Charlotte Rampling) e a romântica Brenda (Karen Young), que rivalizam pela atenção de Legba (Ménothy Cesar), um belo rapaz de 18 anos que troca favores sexuais por presentes e ajuda financeira.

Em comum as duas mulheres têm o fato de ter passado por uma vida sexual insatisfatória, seja por maridos negligentes, ou por não se sentirem a vontade em suas cidades de origem para experimentarem mais de um parceiro, ou ainda por não encontrarem em seus supostos pares naturais (homens brancos e da sua mesma geração) a satisfação que tanto procuram.

O mesmo acontece com a protagonista de Boa Sorte, Leo Grande. No longa de Sophie Hyde, Nancy Stokes, (Emma Thompson) uma viúva aposentada, contrata um jovem garoto de programa, Leo Grande (Daryl McCormack), para apreciar uma noite de prazer e autodescoberta depois de um frustrante casamento de longos anos. Nancy contrata Leo para satisfazer suas fantasias sexuais e, quem sabe, finalmente ter um orgasmo.

Corpo escondido

A reflexão sobre como o erotismo do corpo de mulheres mais velhas é construído nos leva necessariamente a uma reflexão sobre o que é mostrado e o que não se mostra. Essa dialética entre o visível e o não visível privilegia certas partes do corpo em detrimento de outras. Nos dois filmes a nudez do corpo feminino não faz parte da construção do erotismo e o corpo nunca é mostrado em sua totalidade, mesmo em cenas de sexo. São as mulheres que desejam os corpos jovens dos garotos, e é essa a construção do desejo que os cineastas privilegiam.

O corpo das mulheres permanece frequentemente coberto, seja por maiôs de banho, roupas, camisolas, ou lençóis, ao mesmo tempo em que o corpo jovem masculino é mostrado nu e tem o corpo fetichizado pelo olhar feminino. Os filmes reiteram a lógica do padrão estético viril para o corpo masculino negro.

Imagem do filme Boa Sorte, Leo Grande, de Sophie Hyde – Foto: Divulgação

Em um diálogo de Boa Sorte, Leo Grande, Nancy reclama da aparência de seu próprio corpo e Leo confessa que, para ter sucesso entre as clientes e ser desejável, ele mesmo precisa construir seu corpo dentro da estética esperada para um corpo jovem e atraente. A professora aposentada de religião Nancy Strokes enxerga seu próprio corpo com vergonha, encarando-o como um limite calcado na lógica cristã que cinde corpo/alma, virtude/pecado. Acima de tudo, ela entende que seu corpo não corresponde aos padrões considerados desejáveis. Cabe então ao jovem Leo Grande, contratado para tal, prestar o serviço de conduzi-la em uma jornada para esmorecer essas crenças para que ela finalmente sinta prazer. Aqui também a mesma lógica se repete: enquanto o corpo do jovem negro é mostrado em sua totalidade despido, a construção do erótico do corpo da personagem feminina é feita por pedaços. Diante das constantes queixas de Lucy sobre sua aparência, Leo a elogia e valoriza seu corpo por alguns recortes, como a boca e o pescoço.

Essa ação – onde o corpo nu masculino é colocado no foco do olhar e é o objeto de desejo feminino – segue o caminho oposto ao correntemente ocupado por corpos femininos e masculinos no cinema clássico narrativo, e analisado pela teórica feminista Laura Mulvey em seu famoso artigo Prazer Visual e Cinema Narrativo (1975). Em linhas gerais, de acordo com Mulvey, a representação de gênero no cinema tradicional é predominantemente masculina e as mulheres são retratadas como objetos de desejo. Essa configuração explicita o prazer do espectador criado através de uma relação de dominação e submissão, onde as mulheres são colocadas em posições passivas e submissas enquanto os homens são retratados como ativos e dominantes.

No cinema contemporâneo de Laurent Cantet e Sophie Hyde, as mulheres mais velhas – cujos corpos, por causa da idade, supostamente não são mais considerados desejáveis – passam a ocupar o lugar do observador, que deseja o corpo jovem dos homens, quase sempre despidos e fetichizados.

Corpo e espaço

Nos dois filmes o hotel é espaço privilegiado de troca de afeto, privacidade e intimidade. É no hotel que as mulheres se permitem vivenciar suas fantasias e ter encontros com pessoas que vivem realidades opostas.

O Haiti, mais precisamente o Hotel Resort, é o lugar onde as protagonistas de Em Direção ao Sul passam suas férias anuais, e onde seus corpos se libertam das pressões e florescem. Elas encontram, ali, um refúgio para seu erotismo até então perdido. Entretanto, ao fugirem de sua opressão as mulheres encarnam o opressor, na medida em que pagam pelos serviços de garotos que não têm outras possibilidades de sustento. Não restam aos meninos outra alternativa para fugir do caos social e da miséria da cidade, a não ser a submissão a essas mulheres brancas.

Imagem do filme Em Direção ao Sul, de Laurent Cantet – Foto: Divulgação

O protagonista de Boa Sorte, Leo Grande, um imigrante irlandês vivendo na Inglaterra, se define como um profissional do sexo consciente de seus deveres e diretos e faz, no início do filme, uma pequena explanação a favor da regulamentação do trabalho sexual. Mas, no decorrer da narrativa, vamos conhecendo um pouco mais sobre sua história e descobrimos que ele está nessa profissão menos por uma escolha do que pelo curso dos acontecimentos que se iniciaram após uma violenta expulsão de casa.

As análises sobre a posição de Legba e Leo são possíveis ao nos ancorarmos à obra seminal do psicanalista e filósofo Frantz Fanon, Peles Negras, Máscaras Brancas (1952), segundo a qual um dos mecanismos de inferiorização e condição de um colonizador sobre um colonizado é promover a sua desubjetivação. Legba e Leo explicitam a lógica colonialista de submissão do homem negro ao vestirem a “máscara branca”, fazerem de si mesmos versões (e no caso de Leo Grande, internalizada) adequadas às expectativas sociais, e se colocando em uma posição passiva, como objeto de desejo sexual para as mulheres brancas. Eles se submetem a essa representação estereotipada da raça negra, como um objeto sexual disponível para ser usado, explorado e mercantilizado.

Os hotéis onde se desenrolam as ações nos dois filmes são elementos importantes nessa construção. Eles figuram as relações coloniais no espaço do colonizado e sublinham uma marcação socioeconômica importante, validando as posições de poder. Em Direção Ao Sul temos, de um lado, a cidade de Porto Príncipe, abalada pelo caos social; de outro, a praia paradisíaca, isolada geograficamente e da realidade.

As trocas entre as mulheres brancas, turistas e burguesas e os meninos da ilha acontece de maneira não formal, naturalizando o sexo, a presença dos garotos e suas relações que são romatizadas pelas turistas. As carícias são pagas não apenas com dinheiro, mas muitas vezes com pequenos presentes oferecidos pelos serviços prestados pelos garotos.  A diferença entre os corpos é sublinhada pela luz mais crua, branca, que destaca os sinais de envelhecimento nos corpos das atrizes. A pele branca, algumas linhas de expressão e pequenas manchas na pele contrastam diretamente com os corpos jovens, esguios e bem torneados dos garotos que as acompanham na ilha. As mulheres aparentam serem mais frágeis e delicadas enquanto os jovens exprimem altivez, e têm seus corpos sexualizados e valorizados por essas mulheres brancas.

O personagem Legba está em conflito. Ele tem consciência do que representa e os limites são dados já no hotel, onde há áreas em que ele, como um local, não é bem-visto. Ele não deseja abandonar suas origens, apesar dos convites que recebe, ao mesmo tempo em que se submete às mulheres e deseja esse reconhecimento. O conflito do personagem é apontado por Franz Fanon como sendo pertinente ao sujeito colonizado que deseja pertencer ao universo do colonizador, e tem na relação entre homens negros e mulheres brancas uma de suas manifestações. Legba possui, portanto, não apenas um interesse econômico, mas, nesta leitura, também um interesse a ser valorizado como sujeito, embora isto aconteça dentro da racialização e sem que ele se possa libertar da submissão nela presente.

Imagens do filme Boa Sorte, Leo Grande, de Sophie Hyde – Foto: Divulgação

Por sua vez, em Boa Sorte, Leo Grande, a história se passa em Londres, ou seja, na metrópole. O hotel é figurado de forma completamente diferente. Trata-se de um hotel no meio da cidade, que cria um ambiente totalmente separado de qualquer tipo de natureza, mas que proporciona a mesma proteção do mundo exterior. Tudo é limpo, meticulosamente organizado e simétrico, as cores e texturas são sóbrias, assim como as relações entre os personagens, que seguem lógicas contratuais. Horários são marcados, valores combinados e a troca é explícita. Aqui também o hotel é um local protegido para os dois personagens: para Nancy, consumidora que deseja usufruir plenamente da mercadoria que comprou, e para Leo, que pode exercer nesse local o personagem que criou para si e que o mantém distante da realidade que o oprime e com a qual não quer lidar.

Desfechos possíveis

Como desfecho, as personagens dos dois filmes são profundamente afetadas pelas experiências vivenciadas com os garotos. Em seu último terço, Em Direção ao Sul mostra brevemente a vida de Legba fora do hotel. Sabemos que ele se envolveu com a mulher de um homem poderoso da cidade e que por isso está sendo ameaçado de morte. Ao escapar de um atentado no meio da rua enquanto caminhava com Brenda, Legba foge e as mulheres são então confrontadas com a realidade do garoto e da cidade fora do hotel. Elas tentam ajudá-lo, oferecendo dinheiro e uma vida longe do Haiti, mas ele recusa e tem seu destino traçado. Assim como no início do filme, seu corpo amanhece como um ponto distante na paisagem da praia, desta vez sem vida e ao lado da jovem amante proibida. A morte de Legba coloca fim ao verão das mulheres no resort, e cada uma encara sua nova realidade. Ellen volta para sua casa, entristecida; Brenda, apesar do luto, se dá conta de seu desejo pelo que chama de “homens do sul” e sai do Haiti para explorar novas ilhas do Caribe e outros corpos.

Em Boa Sorte, Leo Grande, após alguns encontros e desentendimentos (ocasionados pelo desejo de Nancy de construir intimidade trazendo à tona suas identidades verdadeiras e suas histórias pessoais, o que é absolutamente recusado por Leo), Nancy finalmente consegue atingir o orgasmo pela primeira vez. Não durante a relação sexual, mas se masturbando ao olhar Leo nu, bebendo água, em uma sequência que reitera a posição de sujeito desejante ocupada por ela e de objeto de desejo ocupada por ele. Ao finalmente atingir seu objetivo e experimentar seu primeiro orgasmo, ela acessa uma nova compreensão e aceitação de sua própria sexualidade. O filme termina com um nu frontal da atriz, em frente ao espelho admirando seu corpo e inspirada a explorar novas experiências no futuro. Em entrevista, Emma Thompson contou que ela sugeriu o nu frontal, sem dúvida um verdadeiro avanço, esteticamente, em filmes dessa temática.

Por fim, é preciso que seja posto que os dois filmes trazem para o protagonismo mulheres em uma faixa etária historicamente relegada a um segundo plano ou até mesmo ao esquecimento pela indústria, e que fazem parte de um momento de mudanças para esses corpos. Narrativamente, as três personagens seguem um caminho já bem estabelecido entre os clichês das mulheres pós-menopausa no contemporâneo. Elas costumam ocupar um lugar de valor no espaço público e contam com carreiras bem-sucedidas, focaram suas energias na vida profissional e/ou familiar e cumpriram as funções pré-estabelecidas socialmente para o seu gênero. No entanto, ao completar uma certa idade, ainda que sejam fisicamente e mentalmente ativas, não exercem mais sua sexualidade.

Promover essas possibilidades narrativas e sublinhar questões ligadas à sexualidade e ao erotismo, consideradas tabu como bem escreveu Simone de Beauvoir em sua obra A Velhice, é quebrar alguns dos estereótipos para representar mulheres que foram oprimidas por um código moral rígido, nunca tiveram a oportunidade ou foram encorajadas a falar sobre seus desejos. A cena final de Boa Sorte, Leo Grande, com o corpo feminino maduro exposto em nu frontal, engendra essa ideia de desafio ao patriarcado por desafiar padrões vigentes ao valorar um corpo até então escondido. Mais do que perseguir um orgasmo idealizado, as personagens analisadas desejam falar sobre o próprio desejo, sobre intimidade e sobre suas experiências. Entretanto, para que possam fazer isso, os filmes as colocam em posições que reproduzem a lógica patriarcal colonialista. Elas só conseguem realizar seus desejos porque sua posição econômica e social as capacita para comprar a satisfação de sujeitos colonizados e objetificados – no caso, corpos masculinos negros.


Karina Almeida é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Unifesp na linha Arte, Política e Filosofia.

Top