Onde posso assistir aos filmes de Agnès Varda? Como faço para conhecer a obra de Naomi Kawase? Qual o trabalho mais recente de Lucrecia Martel? Em tempos de distanciamento social, muita gente tem se dedicado a conhecer ou se aprofundar na obra de grandes nomes da história do cinema.
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Saiba mais: Veja dicas de filmes para assistir no streaming do Telecine
Pensando nisso, e para aumentar o número de mulheres na sua lista de “quero ver”, o Mulher no Cinema selecionou sete grandes diretoras cujos filmes estão disponíveis no streaming do Telecine. E tem mais: para incentivar todo mundo a ficar em casa, o Telecine está oferecendo os primeiros 30 dias de acesso grátis para novos assinantes. Faça seu cadastro clicando aqui e aproveite esta ótima oportunidade de assistir a mais filmes dirigidos por mulheres. Veja as dicas:
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Assista no streaming do Telecine: La Pointe Courte (1954), Cléo das 5 às 7 (1962),
As Duas Faces da Felicidade (1965), Os Renegados (1985) e Varda por Agnès (2019)
Nome fundamental da história do cinema, a diretora belga Agnès Varda morreu em março de 2019, aos 90 anos. Desde então, muitos cinéfilos têm buscado descobrir a obra vasta, diversa e extremamente rica que ela deixou.
No streaming do Telecine é possível assistir a cinco excelentes filmes da cineasta, a começar pelo primeiro de sua carreira: La Pointe Courte (1954). Precursor da nouvelle vague, o longa conta a história de um casal em crise que visita uma vila litorânea francesa. O catálogo do Telecine também inclui Cléo das 5 às 7 (1962), talvez o mais conhecido trabalho de Varda, que foi exibido na competição oficial do Festival de Cannes. O filme acompanha uma famosa cantora durante um período de duas horas – das cinco da tarde às sete da noite -, enquanto espera o momento de buscar exames que vão revelar se ela tem câncer.
Outros dois filmes do catálogo foram não só exibidos como premiados em festivais importantes. Celebrado em Berlim, As Duas Faces da Felicidade (1965) conta a história de um carpinteiro que parece levar uma vida perfeita ao lado da mulher e dos filhos – até que um encontro com uma funcionária dos correios muda tudo. Já o Festival de Veneza deu seu prêmio principal, o Leão de Ouro, para Os Renegados (1985), que usa flashbacks e entrevistas para revelar os últimos passos de uma jovem encontrada morta no rigoroso inverno francês.
A seleção se completa com Varda por Agnès (2019), o último filme da diretora, um misto de documentário autobiográfico com aula de cinema. O longa mostra Varda em palestras pelo mundo e acompanha suas reflexões sobre a arte, a passagem do tempo e a paixão por compartilhar imagens. Uma bela despedida.
Anna Muylaert
Assista no Telecine: Que Horas Ela Volta? (2015)
A diretora, roteirista e produtora brasileira Anna Muylaert, 55 anos, tem longa carreira no cinema e na televisão: na década de 1990, integrou a equipe de criação de programas como Mundo da Lua, e em 2002, lançou seu primeiro longa-metragem, Durval Discos. Mas grande parte do público conheceu a artista apenas em 2015, graças ao estrondoso sucesso de Que Horas Ela Volta?. Além de arrasar nas bilheterias, a produção foi premiada nos festivais de Berlim e Sundance, recebeu sete troféus no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e representou o Brasil na busca por uma indicação ao Oscar de filme estrangeiro.
Disponível no Telecine, Que Horas Ela Volta? tem Regina Casé no papel de Val, uma mulher que deixou Pernambuco para tentar uma vida melhor em São Paulo. Treze anos depois de sua partida, a visita da filha Jéssica (Camila Márdila) escancara tensões na casa em que Val trabalha. Vale a pena ver – ou rever.
Ava DuVernay
Assista no Telecine: Uma Dobra no Tempo (2018)
Diretora, roteirista, produtora, distribuidora, showrunner: aos 47 anos, a americana Ava DuVernay é uma artista multitalentosa que se envolve em todas as etapas da produção audiovisual. DuVernay começou a carreira na área de relações públicas e estreou na direção com o curta Saturday Night Life (2006). De lá para cá, lançou seis longas-metragens, disputou o Oscar de melhor filme com Selma – Uma Luta Pela Igualdade (2014) e criou uma série de trabalhos para o cinema e a televisão, sempre cercada por equipes cheias de mulheres e minorias.
Com Uma Dobra no Tempo (2018), filme que está disponível no streaming do Telecine, Ava DuVernay fez história: tornou-se a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem com orçamento de US$ 100 milhões. Voltado ao público infantojuvenil, o filme é uma adaptação do livro de Madeleine L’Engle (1918-2007) sobre uma adolescente que sai em busca do pai após ele desaparecer misteriosamente. A talentosa Storm Reid encabeça o elenco que também tem Reese Witherspoon, Mindy Kaling, Oprah Winfrey e Gugu Mbatha-Raw.
Céline Sciamma
Assista no Telecine: Tomboy (2011)
Muita gente conheceu e virou fã do trabalho da diretora francesa Céline Sciamma depois de assistir ao drama Retrato de uma Jovem em Chamas (2019), que foi premiado no Festival de Cannes do ano passado e chegou aos cinemas brasileiros em janeiro. Mas Sciamma, 41, já tem quatro longas-metragens no currículo e uma sólida obra que frequentemente aborda temas ligados aos jovens e à comunidade LGBTQ+.
É o caso de Tomboy, o segundo filme da diretora, que está disponível no streaming do Telecine. Estrelado por Zoé Héran e Mallon Levana, o filme conta a história de Laure, uma criança de 10 anos que se muda para um novo bairro e passa a se apresentar como Mikäel. Conforme faz novos amigos, começa a entender a complexidade das relações humanas. Frequentemente exibido em escolas francesas, Tomboy ganhou o prêmio Teddy, entregue ao melhor filme com temática LGBTQ+ do Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Claire Denis
Assista no Telecine: Deixa a Luz do Sol Entrar (2017)
A celebrada diretora francesa Claire Denis nasceu em Paris em 1946 e, durante a infância, viveu em vários países do oeste da África. Esta experiência impactou sua obra: em muitos filmes a cineasta abordou o colonialismo francês, inclusive em Chocolate (1988), seu longa de estreia.
Um dos filmes mais recentes de Denis é Deixe a Luz do Sol Entrar (2017), que pode ser visto no streaming do Telecine. Livremente inspirado em Fragmentos de um Discurso Amoroso, de Roland Barthes, o filme conta a história de Isabelle (Juliette Binoche), artista plástica divorciada que, em busca de um amor verdadeiro, começa a se relacionar com homens de diferentes idades e personalidades. A equipe de mulheres do filme também inclui Christine Angot, que escreveu o roteiro junto com Denis, e a diretora de fotografia Agnès Godard, que trabalhou em diversos filmes da diretora.
Lucrecia Martel
Assista no Telecine: Zama (2017)
Nascida em Salta em 1966, a argentina Lucrecia Martel é um dos grandes nomes do cinema latino-americano. Seus filmes foram exibidos ao redor do mundo e, no ano passado, ela foi a presidente do júri do Festival de Veneza. No total, a diretora tem quatro longas-metragens no currículo: O Pântano (2001), A Menina Santa (2004), A Mulher Sem Cabeça (2008) e Zama (2017), que está disponível no catálogo do Telecine.
Zama é o primeiro filme de época de Lucrecia Martel, bem como o primeiro protagonizado por um homem (Daniel Giménez Cacho) e o primeiro adaptado de um livro (no caso, escrito por Antonio Di Benedetto). É, também, o primeiro que não se passa em sua cidade natal e que troca os interiores das casas de famílias argentinas por paisagens ao ar livre. O filme conta a história de Don Diego de Zama, oficial da Coroa espanhola alocado em um povoado argentino durante o século 18. Há anos longe de casa, ele espera por uma transferência que sempre lhe é prometida, mas nunca chega.
Assista no Telecine: O Segredo das Águas (2014), Sabor da Vida (2015) e Esplendor (2017)
Quem se interessa pelo cinema japonês não pode deixar de conhecer a obra de Naomi Kawase, uma das mais importantes diretoras do país. Nascida em 1969 em Nara, ela lançou seu primeiro curta, Em Seus Braços, em 1992. Cinco anos depois, com Suzaku, tornou-se a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio Câmera de Ouro, entregue ao melhor longa de estreia exibido em Cannes. A partir daí, tornou-se figurinha carimbada do festival: todos os três filmes da diretora que estão no catálogo do Telecine foram exibidos no evento.
Em O Segredo das Águas (2014), Kawase retrata o amadurecimento de um jovem casal que encontra um corpo flutuando no mar. Em Sabor da Vida (2015) narra a inesperada amizade entre o dono de um quiosque que vende dorayaki (espécie de panqueca) e uma idosa que prepara uma deliciosa pasta de feijão vermelho para rechear as iguarias. E em Esplendor (2017), o encontro entre uma jovem que faz audiodescrição de filmes e um fotógrafo que está perdendo a visão faz com que ambos reaprendam a enxergar o mundo. Imperdível.
* Este texto foi produzido pelo Mulher no Cinema e é patrocinado pelo Telecine