Crowdfunding: “45 graus” tem atrizes negras e discute transexualidade

Mulher no Cinema dá espaço a iniciativas de financiamento coletivo relacionadas ao trabalho das mulheres nas telas. A ideia é apresentar filmes e outros projetos independentes a quem quer colaborar. Envie sugestões para contato@mulhernocinema.com

45 GRAUS

O PROJETO

Curta-metragem de ficção que busca refletir sobre “mulheres, negritude, transexualidade, identidade e preconceito”. As filmagens serão realizadas na Praça da Sé, em São Paulo, no segundo semestre deste ano ou no primeiro de 2017.

A HISTÓRIA

Uma mulher descobre que sua filha trans está muito doente e decide visitá-la, depois de um longo tempo distantes. O quarto de hospital fica na Praça da Sé, ao ar livre, o que incomoda a mãe: ela teme os olhares e as atitudes das pessoas que passam por ali. 

A EQUIPE

45 graus tem equipe majoritariamente feminina, formada por Julia Alquéres (direção), Teka Romualdo e Diana (elenco), Natalia Piserni (assistente de direção), Giovanna Pezzo (diretora de fotografia), Aline Fantinatti (produção) e Camila Tarifa (diretora de arte). O editor será Victor Fisch.

A DIRETORA

Julia Alquéres nasceu em Taubaté (SP), viveu a infância em Pindamonhangaba (SP) e na adolescência se mudou para a capital paulista, onde se formou em jornalismo. Por causa de uma entrevista, conheceu Claudio Galperin, que a indicou para seu primeiro trabalho como roteirista.  Depois, colaborou com André Rodrigues em projetos para a Disney Channel, como Que Talento!.

Atualmente, Julia faz mestrado em Teoria Literária na Universidade de São Paulo (USP), no qual estuda a relação entre cinema e poesia; ministra cursos livres de cinema e literatura; dá aulas de mídia no Colégio Bandeirantes; escreve roteiros sob encomenda e desenvolve projetos pessoais – entre eles 45 graus – com um grupo de amigos na Trapézio Produções Culturais.

COMO O PROJETO COMEÇOU

Em 2010, Julia trabalhava em um projeto de incentivo à leitura voltado a pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Conheci uma mulher trans, moradora de rua, que me contou histórias que mexeram muito comigo. Passamos a nos encontrar numa padaria no centro de São Paulo, onde compartilhávamos histórias e comíamos coxinha. A ideia do curta-metragem começou a surgir ali”, contou.

Segundo ela, a ideia é que o filme incorpore possíveis interações com as pessoas que passam pela Praça da Sé, a terceira protagonista do curta. “Colocar a história em praça pública é uma tentativa de provocação, em um cinema que também quer observar e tentar captar imagens difíceis e poéticas”, afirmou.

COMO SERÁ O LANÇAMENTO

O primeiro corte do filme será exibido aos apoiadores da campanha e a equipe também planeja uma sessão ao na Praça da Sé. A ideia é passar por festivais e, depois, divulgar o curta na internet.

COMO COLABORAR

A campanha de financiamento está rolando neste site e vai até 12 de agosto. A meta é arrecadar R$ 6 mil para a produção.  As colaborações começam em R$ 15 e preveem recompensas.

PALAVRA DA DIRETORA

“O audiovisual brasileiro não costuma dar espaço para negrxs, muito menos para transgênerxs. Estes fatos precisam começar a mudar.  A maioria da população brasileira é negra e é mulher, mas este dois grupos são minorias – grupos marginalizados –, como são as lésbicas, os gays, xs trangênerxs e outros.

Sempre achei curioso maiorias serem minorias e perceber como essas exclusões ressoam me instiga muito, principalmente em casos nos quais a exclusão incide duplamente (mulher e negra) e triplamente: mulher, negra e trans. Faço parte de algumas minorias, mas reconheço meu lugar enquanto realizadora branca e cis, e habitar o curta-metragem com todas estas três exclusões (mulher, negra e trans) é, para mim e para este filme, no mínimo imprescindível.”

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