Veja os longas dirigidos por mulheres que já disputaram o Oscar de melhor filme

Você sabia que nos 96 anos de existência do Oscar, apenas 22 filmes dirigidos por mulheres foram indicados ao troféu principal? E que apenas três deles foram premiados com a estatueta?

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Em 2024, a disputa pela principal estatueta teve, pela primeira vez, três concorrentes dirigidos por mulheres. Até então, o número nunca passara de dois. Abaixo, o Mulher no Cinema relembra todos os longas-metragens dirigidos ou codirigidos por mulheres que já concorreram na categoria. Confira:


Oscar 1987 (vencido por Platoon, de Oliver Stone)

“Filhos do Silêncio” – [Children of a Lesser God, EUA, 1986]
Dirigido por Randa Haines, acompanha a relação do professor de uma escola para surdos com a zeladora que em certo momento deixou de falar. Marlee Matlin ganhou o Oscar de melhor atriz pelo filme, que também foi indicado aos prêmios de ator (William Hurt), atriz coadjuvante (Piper Laurie) e roteiro adaptado.


Oscar 1991 (vencido por Dança com Lobos, de Kevin Costner)

“Tempo de Despertar” – [Awakenings, EUA, 1990]
O longa de Penny Marshall é inspirado nas memórias de Oliver Sacks (1933-2015). Robin Williams interpreta o médico Malcolm Sayer, que usa um novo medicamento para “acordar” pacientes catatônicos, um deles interpretado por Robert De Niro, indicado a melhor ator. O filme também disputou o Oscar de roteiro adaptado.


Oscar 1992 (vencido por O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme)

“O Príncipe das Marés” – [The Prince of Tides, EUA, 1991]
Barbra Streisand dirige e atua no longa sobre um homem que se relaciona com a psiquiatra de sua irmã, que cometeu suicídio. Além do Oscar de melhor filme, também disputou os prêmios de ator (Nick Nolte), atriz coadjuvante (Kate Nelligan), roteiro adaptado, direção de fotografia, direção de arte e trilha sonora.


Oscar 1994 (vencido por A Lista de Schindler, de Steven Spielberg)

“O Piano” – [The Piano, Nova Zelândia/Austrália/França, 1993]
Dirigido por Jane Campion, conta a história de uma mulher muda que nos anos 1850 é enviada à Nova Zelândia para um casamento arranjado. Ganhou três Oscar: atriz (Holly Hunter), atriz coadjuvante (Anna Paquin) e roteiro original (Campion). Além de melhor filme, disputou direção, direção de fotografia, figurino e edição.


Oscar 2004 (vencido por O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, de Peter Jackson)

“Encontros e Desencontros” – [Lost in Translation, EUA/Japão, 2003]
Uma viagem a Tóquio une os caminhos de dois americanos solitários: um desanimado ator de meia-idade e uma jovem mulher cujo marido está sempre ausente. Sofia Coppola ganhou o Oscar de roteiro original e foi indicada ao de direção. O filme também recebeu uma quarta indicação: a de Bill Murray para o prêmio de ator.


Oscar 2007 (vencido por Os Infiltrados, de Martin Scorsese)

“Pequena Miss Sunshine” – [Little Miss Sunshine, EUA, 2006]
Uma família cheia de problemas faz uma viagem para levar a caçula à final de um concurso de beleza. Dirigido por Valerie Faris e Jonathan Dayton, ganhou dois Oscar: o de roteiro original e o de ator coadjuvante para Alan Arkin. Além de melhor filme, disputou o prêmio de atriz coadjuvante (Abigail Breslin).


Oscar 2010 (vencido por Guerra ao Terror, de Kathryn Bigelow)

“Guerra ao Terror” – [The Hurt Locker, EUA, 2008]
Primeiro filme dirigido por uma mulher a ganhar o Oscar principal, também fez de Kathryn Bigelow a primeira mulher a receber o prêmio de direção. O filme acompanha soldados americanos que desarmam bombas no Iraque. Ganhou mais quatro estatuetas (roteiro original, edição, mixagem e edição de som) e também disputou fotografia, trilha e ator (Jeremy Renner).

“Educação” – [An Education, Reino Unido/EUA, 2009]
A diretora Lone Scherfig retrata o processo de amadurecimento de uma jovem que vive no subúrbio de Londres dos anos 1960 e, um dia, se apaixona por um homem mais velho. Além de disputar o Oscar de melhor filme, Educação também foi indicado aos prêmios de melhor atriz (Carey Mulligan) e melhor roteiro adaptado.


Oscar 2011 (vencido por O Discurso do Rei, de Tom Hooper)

“Minhas Mães e Meu Pai” – [The Kids are All Right, EUA, 2010]
Jules e Nic são casadas e vivem em Los Angeles com os filhos Joni e Laser, concebidos por inseminação artificial. Um dia, eles decidem conhecer Paul, o doador de esperma. Dirigido por Lisa Cholodenko, disputou o Oscar nas categorias de melhor filme, roteiro original, atriz (Annette Bening) e ator coadjuvante (Mark Ruffalo).

“Inverno da Alma” – [Winter’s Bone, EUA, 2010]
Jennifer Lawrence recebeu a primeira indicação ao Oscar pelo papel de Ree, adolescente que cuida da mãe e dos irmãos e sai em busca do pai traficante para conseguir manter a casa da família. Também foi indicado nas categorias de roteiro adaptado e ator coadjuvante (John Hawkes). Dirigido por Debra Granik.


Oscar 2013 (vencido por Argo, de Ben Affleck)

“A Hora Mais Escura” – [Zero Dark Thirty, EUA, 2012]
Dirigido por Kathryn Bigelow, põe o foco em uma agente da CIA para narrar a caça do governo americano ao líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e a operação que culminou em sua morte em 2011. Ganhou o Oscar de edição de som e também disputou atriz (Jessica Chastain), roteiro original e edição.


Oscar 2015 (vencido por Birdman, de Alejandro G. Iñárritu)

“Selma – Uma Luta Pela Igualdade” – [Selma, Reino Unido/EUA, 2014]
A diretora Ava DuVernay retrata a histórica marcha realizada em 1965 entre as cidades de Selma e Montgomery, no estado americano do Alabama. Liderada por Martin Luther King (David Oyelowo), a marcha exigiu o reconhecimento do direito da população negra ao voto. Ganhou o Oscar na categoria canção original.


Oscar 2018 (vencido por A Forma da Água, de Guillermo Del Toro)

“Lady Bird: A Hora de Voar” – [Lady Bird, EUA, 2017]
Primeiro filme solo da atriz e roteirista Greta Gerwig como diretora, narra um ano na vida de uma adolescente que vive em Sacramento, na Califórnia. Gerwig disputou direção e roteiro adaptado, e o filme também recebeu indicações nas categorias de atriz (Saoirse Ronan) e atriz coadjuvante (Laurie Metcalf). Leia a crítica do filme.


Oscar 2020 (vencido por Parasita, de Bong Joon-ho)

“Adoráveis Mulheres” – [Little Women, EUA, 2019]
O filme de Greta Gerwig é uma adaptação do livro de Louisa May Alcott publicado pela primeira vez, em 1868. Acompanha a vida das irmãs March, quatro jovens que vivem na região de Massachussets, nos Estados Unidos, durante e após a Guerra Civil Americana (1861-1865). Além de melhor filme, foi indicado a atriz (Saoirse Ronan), atriz coadjuvante (Florence Pugh), roteiro adaptado, figurino e trilha sonora. Leia a crítica do filme.


Oscar 2021 (vencido por Nomadland, de Chloé Zhao)

“Bela Vingança” – [Promising Young Woman, Reino Unido/EUA, 2020]
Primeiro longa-metragem de Emerald Fennell, também roteirista e uma das produtoras, conta a história de Cassandra, uma mulher traumatizada por um caso de estupro. Bela Vingança também concorreu a direção, atriz (Carey Mulligan), edição (Frédéric Thoraval) e roteiro original. Ganhou este último.

“Nomadland” – [EUA/Alemanha, 2020]
Segundo filme dirigido por uma mulher a ganhar o Oscar principal, também fez de Chloé Zhao a primeira mulher não branca a concorrer e a ganhar o Oscar de direção. Baseado no livro de Jessica Bruder, conta a história de Fern, uma viúva que, em meio à recessão, deixa sua cidade e passa a viver em uma van, trabalhando e viajando pelo oeste dos Estados Unidos. Pelo filme, Frances McDormand ganhou o terceiro Oscar da carreira. Zhao também foi indicada a roteiro adaptado e montagem; e Joshua James Richards, a direção de fotografia.


Oscar 2022 (vencido por No Ritmo do Coração, de Siân Heder)

“Ataque dos Cães” – [The Power of the Dog, Reino Unido/Nova Zelândia/Austrália/EUA/Canadá, 2021]
Adaptação de Jane Campion para o romance de Thomas Savage (1915-2003), conta a história de Phil Burbank, um fazendeiro temido por todos ao seu redor. Um dia, seu irmão George decide se casar e levar a mulher, Rose, para viver na fazenda com eles. Phil, então, começa a atormentá-la. Foi o líder de indicações ao Oscar 2022, com 12, e venceu apenas um: o de direção, que fez de Campion a terceira mulher a vencer na categoria e a primeira a concorrer mais de uma vez. As outras indicações foram a melhor roteiro adaptado (Campion), melhor ator (Benedict Cumberbatch), atriz coadjuvante (Kristen Dunst), ator coadjuvante (Jesse Plemons e Kodi Smit-McPhee), trilha sonora, edição, design de produção, som e direção de fotografia. Leia a crítica do filme.

“No Ritmo do Coração”[CODA, EUA/França/Canadá, 2021]
Terceiro filme dirigido por uma mulher a vencer o Oscar, o longa de Siân Heder é um remake em inglês do francês A Família Bélier (2014) e conta a história da adolescente Ruby, única pessoa ouvinte em uma família surda. Incentivada por um professor a fazer uma audição que pode levá-la à faculdade, ela se sente dividida entre a paixão pela música e o medo de deixar seus pais e seu irmão para seguir seu próprio caminho. Com vários atores surdos no elenco (incluindo Marlee Matlin, que protagonizou Filhos do Silêncio), venceu nas três categorias em que concorreu: além de melhor filme, roteiro adaptado (Heder) e ator coadjuvante (Troy Kotsur).


Oscar 2023 (vencido por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, de Daniel Kwan e Daniel Scheinert)

“Entre Mulheres” – [Women Talking, EUA, 2022]
Adaptação do romance de Miriam Toews, história é centrada em oito mulheres menonitas que, como as demais moradoras de sua isolada colônia, têm sido drogadas e estupradas pelos homens que vivem com elas. Em uma reunião secreta, as oito mulheres devem se decidir entre três opções: não fazer nada, fugir ou ficar e lutar. Escrito e dirigido por Sarah Polley, que ganhou o Oscar na categoria de roteiro adaptado. Leia a crítica do filme.


Oscar 2024 (vencido por Oppenheimer, de Christopher Nolan)

“Anatomia de uma Queda” – [Anatomie d’une chute, França, 2023]
Quarto longa-metragem de Justine Triet, foi o terceiro filme dirigido por uma mulher a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes. A trama acompanha o julgamento da escritora Sandra, cujo marido é encontrado morto após uma queda no chalé onde o casal morava com o filho. O longa venceu o prêmio de roteiro original (Triet e Arthur Harari) e efoi indicado, também, nas categorias de melhor direção, atriz (Sandra Hüller) e montagem (Laurent Sénéchal).

“Barbie” – [EUA, 2023]
Maior bilheteria global de 2023, o filme conta a história de uma Barbie em crise existencial. É o terceiro longa-metragem solo de Greta Gerwig na direção – todos eles indicados ao Oscar de melhor filme. Barbie também concorreu nas categorias de roteiro adaptado (Gerwig e Noah Baumbach), atriz coadjuvante (America Ferrera), ator coadjuvante (Ryan Gosling), figurino (Jacqueline Durran), direção de arte (Sarah Greenwood e Katie Spencer) e duas vezes na de canção original, vencendo com What Was I Made For?”, de Billie Eilish e Finneas O’Connell. Leia a crítica do filme.

“Vidas Passadas” – [Past Lives, EUA/Coreia do Sul, 2023]
O primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Celine Song narra a relação entre Nora e Hae Sung. Amigos de infância, os dois perdem o contato quando a família de Nora decide sair da Coreia do Sul, mas reencontram-se em Nova York décadas depois. Além de melhor filme, também foi indicado a melhor roteiro original.


Luísa Pécora é jornalista e criadora do Mulher no Cinema. Texto atualizado em 10/03/2024.

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