Crowdfunding: “Sun Gold Malibú” mostra road trip no México pelos olhos de uma menina

Mulher no Cinema dá espaço a iniciativas de financiamento coletivo relacionadas ao trabalho das mulheres nas telas. A ideia é apresentar filmes e outros projetos independentes a quem quer colaborar. Envie sugestões para contato@mulhernocinema.com


SUN GOLD MALIBÚ

O PROJETO

Curta-metragem de ficção que busca explorar as relações entre irmãos a partir da história de Carlos e Regina. Falado em espanhol, o filme será rodado em outubro na Cidade do México. A diretora, Natália Bermúdez, é mexicana, e a produtora, Bruna Haddad, é brasileira. Também integram a equipe Eduardo Venado (produção) e José Grimaldo (direção de fotografia), além dos atores Camila Robertson e Alejandro Guerrero.

A HISTÓRIA

Quando Carlos é expulso de casa pela mãe, sua irmã de oito anos, Regina, decide ir com ele. Os dois se lançam em uma jornada pela Cidade do México com o objetivo de ganhar dinheiro suficiente para pagar a dívida de Carlos com o traficante “El Gordo”.

AS MULHERES POR TRÁS DAS CÂMERAS

Tanto a diretora quanto a produtora são alunas do Centro de Capacitação Cinematográfica do México.

Natália Bermúdez nasceu em Tijuana, estudou fotografia e, agora, faz especialização em direção.  Tem no currículo curtas como El Gato e La Pulga, além de ter assinado a direção de fotografia de Sabor a mí, de Fernanda Tovar, e Círculo, de Alejandra Mata.

Bruna Haddad se formou em Comunicação na Universidade Estatal de Londrina, trabalhou como jornalista e integrou a equipe da Mostra Internacional de São Paulo. Mudou-se para a Cidade do México para se especializar em produção audiovisual. Trabalhou em curtas como Ácido, de Dafne Macías, e El Refúgio, de Andrea Rabasa.

A PROTAGONISTA

O papel de Regina coube à jovem atriz Camila Robertson, que atuou em alguns curtas e longas mexicanos, e conheceu a equipe de Sun Gold Malibú em outros trabalhos relacionados ao Centro de Capacitação Cinematográfica.

Segundo a diretora, “foi amor à primeira vista”: “Camila é muito inteligente e muito aberta, fácil de lidar”, afirma. Bruna concorda: “Me impressionou a maturidade dela para entender a personagem. Além do bom humor: ela é muito divertida.”

COMO O PROJETO COMEÇOU

Natália conta que  o roteiro é baseado em experiências pessoais. “Acredito que o cinema pode funcionar como uma espécie de catarse. Você pode resolver algo que não foi resolvido na vida real, ou que levou muito tempo para se resolver”, afirma.

“O projeto surgiu porque sentia que esses personagens tinham uma história para contar – uma história envolvente, sobre a relação entre dois irmãos e sobre as relações de família.”

COMO SERÁ O LANÇAMENTO

Quem colaborar com a campanha de financiamento coletivo terá acesso ao filme, quando finalizado.  A ideia é que o curta seja exibido em festivais internacionais, inclusive no Brasil, e também esteja disponível em plataformas online.

COMO COLABORAR

A campanha de financiamento está rolando no site Fondeadora e vai até 17 de setembro. A meta é arrecadar US$ 5.930 (cerca de R$ 18,6 mil), que serão usados para cobrir gastos de produção, incluindo transporte, alimentação e segurança da equipe, além de construção de cenários e compra de materiais. As colaborações a partir de US$ 8 (R$ 25) preveem recompensas.

PALAVRA DA PRODUTORA

“O México tem avançado [quanto à participação feminina no cinema] – em 2015, 25% dos longas foram dirigidos por mulheres. Mas ainda falta representatividade; falta ter mais mulheres em posições que não as de direção, produção, roteiro, arte, edição; e falta mais cuidado na construção das personagens femininas, em especial nas comédias […]

O meio é muito machista, claro – das piadinhas à falta de respeito de alguns membros da equipe com produtoras mulheres. Sinto que existe uma resistência em falar sobre o tema, até mesmo em círculos mas acadêmicos. Muitas vezes em que tentei começar a discussão, colegas fizeram piadinhas de ‘lá vem a feminista’, ‘deixa pra lá’, ‘estamos falando de cinema’ etc. No ano passado, tive problemas sérios quando estava fazendo pesquisa para um documentário em um meio muito masculino. Escutei de alguns colegas que deveria ter contratado um pesquisador homem para não ter problema – o que não me parece uma solução.

Ao mesmo tempo, me mudei para o México querendo trabalhar com diretoras mulheres. E o que vejo é um monte de mulher talentosa – Natália Bermúdez, Tatiana Hueso, Natália Bruschtein, Natalia Beristáin, entre muitas outras – brigando para poder realizar seus trabalhos.”

SAIBA MAIS

Curta a página do filme no Facebook

Deixe um comentário

Top