Crowdfunding: “Cartografia das Ondas” tem mulheres em frente e por trás das câmeras

Toda semana o Mulher no Cinema dá espaço a iniciativas de crowdfunding (financiamento coletivo) relacionadas ao trabalho das mulheres nas telas. A ideia é apresentar filmes e outros projetos independentes a quem quer colaborar.


CARTOGRAFIA DAS ONDAS

O PROJETO

Longa-metragem de ficção em fase de pré-produção. Tem direção de Tarsilla Alves e Heloisa Machado, que assina o roteiro com colaboração de Denis Augusto. Também na equipe estão a diretora de arte Victoria Bastos e as produtoras Sonia Freitas e Natalia Ferraciolli. O elenco inclui Indira Nascimento e Genilda Souza. A produção é da Pajé Cultural.

A HISTÓRIA

O filme é centrado em Teresa, uma mulher grávida que chega a uma ilha para onde vão as prostitutas quando morrem. Ela não sabe o que vai acontecer com a criança, mas Gaia, a matriarca da ilha, conta que os filhos das mulheres que chegam grávidas costumam nascer mortos. Pela primeira vez, a harmonia local está ameaçada.

AS DIRETORAS

Heloisa Machado nasceu em Brasília, mas vive no Rio de Janeiro desde 2012, quando começou a trabalhar na Ancine. Atualmente, cursa Cinema na Universidade Federal Fluminense.

Já Tarsilla Alves nasceu em São Paulo, mas mora no Rio desde a adolescência. Passou quatro anos na Europa estudando artes e estudou na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Há pouco mais de um ano fundou a produtora Pajé Cultural com o sócio Fernando Mamari

As duas se conheceram quando Tarsilla foi chamada para produzir um documentário no qual Heloisa trabalhava como assistente de direção. Decidiram dirigir juntas o “Cartografia das Ondas”.

COMO O PROJETO COMEÇOU

Em entrevista ao Mulher no Cinema, Heloisa contou que tudo começou com uma passagem da peça “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues, sobre uma ilha para onde as prostitutas vão quando morrem.

“Antes mesmo de terminar de ler, essa ideia me afetou de tal forma que comecei a criar um roteiro. A poesia do autor ao descrever este lugar me influenciou bastante, mas a ilha que se tornou meu personagem principal era pra ele apenas uma fala perdida.”

COMO SERÁ O LANÇAMENTO

A ideia é lançar o filme primeiro em festivais e depois nos cinemas, em circuito alternativo. As diretoras também pensam em parcerias com escolas públicas e um projeto de cinema itinerante.

COMO COLABORAR

A campanha de financiamento está rolando neste site e vai até 26/09. A primeira meta é arrecadar R$ 20 mil. O dinheiro será usado na produção, na alimentação e transporte da equipe durante as filmagens e nas despesas com materiais e equipamentos. As colaborações começam em R$ 20 e dão recompensas.

PALAVRA DA DIRETORA

“O que me faz querer contar essa história é dar representatividade para mulheres no cinema; é ter como personagem principal uma mulher negra; é falar sobre a maternidade e a relação das mulheres com essa questão; é falar da opressão da sexualidade feminina; é discutir a objetificação dos corpos femininos; é discutir a marginalização da prostituição; é retratar mulheres inteligentes e capazes em áreas do conhecimento dominadas por homens; é problematizar o papel dos homens no feminismo e o dever deles na luta contra o machismo; é construir narrativas outras, em que o discurso fuja dos moldes de quem sempre teve voz.”

PARA SABER MAIS

Acesse o site oficial e a página no Facebook

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